Projeções do mercado foram divulgadas nesta segunda-feira pelo Banco Central. Teto da meta é de 5%, e BC já informou haver 93% de chance de estouro. Os economistas do mercado financeiro elevaram de 5,60% para 5,61% a estimativa de inflação para este ano. Com isso, foi interrompida uma sequência de 17 semanas de queda do indicador.
As informações constam do relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (31) pelo Banco Central. Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada.
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Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário necessariamente acompanhe esse crescimento.
A meta de inflação para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. O Banco Central vê chance grande de estouro da meta em 2022, assim como aconteceu no ano passado.
Para atingir a meta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta ou diminui a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior percentual dos últimos seis anos.
Para o próximo ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. De acordo com o boletim Focus, a previsão para 2023 ficou estável em 4,94%.
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ICMS sobre itens essenciais
A redução da estimativa de inflação em 2022, que foi interrompida na semana passada, ocorreu após o corte de impostos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica. Esses produtos por si só já impactam a inflação. Além disso, influenciam indiretamente os preços de outros itens.
Por exemplo, se o preço do diesel aumenta, o transporte de um determinado produto fica mais caro. O dono da loja que revende esse produto, então, repassa o aumento para o consumidor, que acaba pagando mais caro pelo mesmo item. A diminuição dos impostos, em ano eleitoral, foi uma estratégia adotada pelo governo e pelo Congresso.
Além da redução de tributos, a forte desaceleração do nível de atividade mundial também tem contribuído para a queda da inflação nos últimos meses ao impactar para baixo os preços das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como petróleo e alimentos).
Produto Interno Bruto
O mercado financeiro manteve em 2,76% a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
Já para 2023, a previsão de crescimento avançou de 0,63% para 0,64%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Ao sancionar a lei que prevê as diretrizes do orçamento de 2023, o governo informou que a previsão é o PIB crescer 2,5% no ano que vem.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano no fim de 2022.
Atualmente, a taxa Selic já está neste patamar. O Copom também vem sinalizando de que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado.
Já para o fechamento de 2023, a expectativa do mercado para a taxa Selic permaneceu em 11,25% ao ano. Com isso, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2022 permaneceu estável em R$ 5,20. Para 2023, continuou inalterada também em R$ 5,20.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção permaneceu em US$ 56,2 bilhões de resultado positivo em 2022. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado continuou em US$ 56 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano subiu de US$ 68 bilhões para US$ 74,2 bilhões. Para 2023, a estimativa avançou de US$ 70 bilhões para US$ 71 bilhões de ingresso.
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