No último pregão de segunda-feira, a moeda norte-americana encerrou em queda de 0,66%, vendida a R$ 5,2993. Notas de dólar
Gary Cameron/Reuters
O dólar opera em alta nesta quarta-feira (16), com investidores ainda à espera da definição do texto da PEC de Transição, que o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva busca aprovar que permite gastos fora do teto em 202, e em meio a preocupações sobre a economia global.
Às 9h54, a moeda norte-americana subia 0,64%, cotada a R$ 5,3331. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, a moeda norte-americana caiu 0,66%, vendida a R$ 5,2993. Com o resultado, tem alta de 2,59% frente ao real no mês. No ano, apresenta queda de 4,94%.
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No cenário local, os investidores esperam a definição de quem estará na equipe econômica de Lula a partir do próximo ano.
Para cumprir com as principais promessas de campanha de Lula – com destaque para a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600, um auxílio extra de R$ 150 para crianças pequenas e reajuste do salário mínimo –, o governo de transição planeja criar a PEC da Transição, que liberaria cerca de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023 além do teto de gastos.
O discurso adotado pelo presidente, para economistas, leva à desvalorização do real porque o furo do teto de gastos afugenta investidores, o país tende a se endividar com esse tipo de política, trazendo inflação maior, o que força o Banco Central a manter as taxas de juros elevadas e desvaloriza os ativos brasileiros.
No cenário externo, a China e os Estados Unidos exerciam as maiores influências. "Os mercados são impulsionados pelo abrandamento da inflação nos Estados Unidos e otimismo de ver a China adotar políticas mais favoráveis ao crescimento", disse Lee Hardman, analista de moeda no MUFG.
No entanto, Chris Turner, chefe global dos mercados na ING, disse que é provável que o dólar volte a se fortalecer à medida que as preocupações sobre a economia global regressam.
Investidores repercutiam os ajustes nas medidas de prevenção da Covid na China, um pacote de ajuda ao setor imobiliário chinês e um arrefecimento nas tensões entre os EUA e a China.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, realizaram uma reunião de três horas na segunda-feira em Bali, no G20, e o anúncio de comunicações mais frequentes entre os dois países foi bem recebida pelos mercados.
O Federal Reserve (BC dos EUA) pode abrandar o ritmo dos aumentos de juros em sua próxima reunião, mas isso não deve ser visto como um "abrandamento" em seu compromisso de reduzir a inflação, disse o diretor do banco central norte-americano Christopher Waller.
Relatório divulgado na semana passada que mostrou uma inflação mais lenta do que o esperado em outubro foi "uma boa notícia", mas "apenas um dado" que precisa ser seguido por outras leituras semelhantes para mostrar de forma convincente que a inflação está diminuindo, afirmou.
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