Ex-ministro afirmou que foi 'autorizado' por Lula a interagir com grupo, mas desconversou ao ser questionado sobre ministério. Governo eleito ainda não tem ministros confirmados. O ex-ministro Fernando Haddad (PT) afirmou nesta segunda-feira (28) que vai se reunir, nos próximos dias, com os integrantes da transição de governo que atuam em grupos de trabalho da área econômica.
Haddad, que disputou o governo de São Paulo e foi derrotado em segundo turno por Tarcísio de Freitas (Republicanos), é um dos principais cotados para assumir o Ministério da Fazenda do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Eu não sei quem vai estar aqui. Sei que vou ter uma conversa com o Guilherme Mello amanhã à tarde, vou ter um café da manhã com o Gabriel Galípolo, devo encontrar o Nelson Barbosa. Estou autorizado pelo presidente a interagir com os integrantes do grupo de economia, e eventualmente participar de reuniões", disse Haddad.
Os economistas citados por Haddad fazem parte da transição de governo e são quadros próximos da cúpula do PT:
Guilherme Mello: foi assessor econômico da campanha presidencial de Haddad em 2018 e da campanha de Lula em 2022. É professor de economia da Unicamp e está no grupo técnico de economia da transição.
Gabriel Galípolo: ex-banqueiro e cotado atualmente para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Galípolo acompanhou Lula em encontros com o setor financeiro durante a campanha. Está no grupo técnico de infraestrutura.
Nelson Barbosa: Foi ministro da Fazenda entre o fim de 2015 e os primeiros meses de 2016, no governo Dilma Rousseff. Antes, foi ministro do Planejamento. Um dos principais críticos do teto de gastos, integra o grupo técnico de economia.
Questionado diversas vezes se tinha sido convidado para a Fazenda – e se aceitaria eventual convite –, Haddad desconversou e afirmou que atua na transição como "colaborador" de Lula.
O ex-ministro também evitou comentar a proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada ao Congresso que retira quase R$ 200 bilhões do teto de gastos, nos próximos anos, para custear o Bolsa Família e investimentos federais.
"Eu não vou emitir opinião porque eu vou me reunir a partir de amanhã com alguns integrantes do grupo de economia. E obviamente, como é uma decisão que cabe ao governo, que vai compor a sua equipe, eu estou aqui na condição de colaborador. Para dar opiniões sobre como eu acho que deve ser conduzido esse assunto. Mas vou fazer isso reservadamente", disse.
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