Equipe de transição vem defendendo maior investimento em energia limpa. Senador também falou em mudar plano estratégico da companhia, apresentado ao mercado nesta quarta. O senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo de Minas e Energia da transição de governo e cotado para a presidência da Petrobras, afirmou nesta quinta-feira (1º) que a estatal precisa ir além de explorar o pré-sal e pagar dividendos aos acionistas.
A companhia divulgou na quarta-feira (30) o seu plano estratégico para o quinquênio 2023-2027, mantendo como prioridade a exploração e a produção de petróleo, em especial no pré-sal, e a política de distribuição de dividendos, estimada em até US$ 85 bilhões aos acionistas nos próximos cinco anos.
Prates afirmou que o plano estratégico da Petrobras deve ser alterado pela nova gestão, pois "não é uma cláusula pétrea".
"[O plano estratégico apresentado pela atual direção] é quase que dizer o que eles fariam se continuassem lá. A gente vai, quando chegar, dizer o que a gente fará estando lá", afirmou o senador após reunião da bancada do PT com o presidente eleito Lula no Centro Cultural Banco do Brasil, sede da transição de governo.
Empresa de energia limpa
Segundo o senador, a ideia do novo governo é que a Petrobras não fique somente pagando dividendos e explorando petróleo.
"[A Petrobras] é uma empresa de longo prazo, uma empresa de longo prazo não pode só ficar tirando pré-sal do fundo do mar e distribuindo dividendos, ela precisa pensar em coisas que todas as outras empresas de petróleo estão pensando", defendeu.
O grupo de transição de Minas e Energia defende que a Petrobras invista em energias renováveis. Veja no vídeo abaixo entrevista de Jean Paul Prates à GloboNews sobre o tema, no fim de novembro:
"A gente pensa na Petrobras como uma empresa integrada e de energia", diz integrante da equipe de transição de governo
"Várias empresas de petróleo têm se transformado em empresas de energia. Simultaneamente, estão descarbonizando suas operações e suas cadeias de valor. Chegou a hora da Petrobras considerar a transição energética seriamente em sua estratégia para o futuro", defendeu Mauricio Tolmasquim, coordenador do grupo de Minas e Energia do governo de transição, em uma rede social.
Prates disse, ainda, que atual Petrobras é um barco à deriva, enquanto a Petrobras que o novo governo vem desenhando será "graúda, forte e poderosa".
"O acionista vai nos acompanhar sabendo que ele está embarcando realmente numa embarcação graúda, poderosa forte, que tem futuro, sabe pra onde tá indo, não numa espécie de barco à deriva que tá só queimando combustível", disse o senador.
O grupo de Minas e Energia da transição vai se reunir com a direção da Petrobras na próxima semana, presencialmente, no Rio de Janeiro. Já houve um encontro virtual entre eles.