Na quinta-feira, o principal índice da bolsa de valores subiu 0,62%, a 112.922 pontos. Mercado acompanha a Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu instável nesta sexta-feira (20).
Às 10h05, o índice tem alta de 0,01%, a 112.933 pontos. Veja mais cotações.
Na quinta-feira, o índice havia registrado alta de 0,62%, a 112.922 pontos. Com o resultado, o Ibovespa passou a acumular ganho de 2,90% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
No cenário interno, em dia de agenda de divulgação de indicadores econômicos vazia, o mercado repercute novos sinais da política econômica.
Depois do presidente Lula afirmar em entrevista ao GloboNews, na quarta-feira (18), que a independência do Banco Central do Brasil é "bobagem", o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que não há nenhuma pré-disposição do governo de fazer qualquer mudança na instituição. A fala agradou e tranquilizou investidores.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também foi questionado sobre a declaração do presidente nesta quinta, ao palestrar para uma universidade americana, em Los Angeles. Ao responder, ele disse que a declaração foi tirada de contexto, pois o que Lula teria dito é que a independência do BC não precisa estar na lei.
"Em algumas dessas entrevistas, muitas coisas são tiradas do contexto, porque se você olhar a entrevista, de um lado ele me elogiou, por outro lado, eu acho que ele quis dizer que você não precisa de independência na lei, você pode ter a independência sem a lei para fazer as coisas funcionarem", respondeu Campos Neto.
Na agenda corporativa, a Americanas ainda segue em foco. Nesta quinta, a B3 informou a saída das ações da empresa de seus índices depois do pedido de recuperação judicial, com dívidas de R$ 43 bilhões.
Já no exterior, a cautela permanece com o risco de recessão nos Estados Unidos. Hoje, o mercado aguarda novos discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que possam indicar o rumo das taxas de juros no país.
Na véspera, a vice-presidente do Fed, Lael Brainard, disse que apesar da desaceleração da inflação americana nos últimos meses, as taxas de juros no país precisam continuar elevadas para controlar o aumento dos preços.
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Assim, investidores migram para tais aplicações, em detrimento de ativos de risco, como o mercado de ações e moedas de países divergentes - o que ajuda a explicar a desvalorização do real frente o dólar.
Com pressão inflacionária e juros mais altos, crescem, também, a percepção de risco de que os Estados Unidos enfrentem uma recessão econômica.