Títulos verdes são instrumentos de dívida emitidos pelo governo ou empresas para financiar projetos relacionados à pauta ambiental. Objetivo também é atrair investidores estrangeiros. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quinta-feira (26) que o governo federal pretende lançar ainda neste ano um título de dívida externa verde.
Caso confirmado, será a estreia do Tesouro Nacional no mercado de títulos públicos verdes. Também será a primeira emissão de um título da dívida externa desde julho de 2021.
Os títulos verdes são instrumentos de dívida emitidos para financiar projetos relacionados à pauta ambiental. Podem ser emitidos tanto por empresas quanto pelos governos.
"O melhor momento e as características serão definidas ao longo do ano, mas o Tesouro está se preparando sim para colocar esses títulos [públicos verdes] ainda em 2023 [no mercado]", afirmou Ceron, durante entrevista sobre o resultado da dívida pública de 2022.
Segundo o secretário, a ideia é que os títulos financiem projetos ou programas relacionados à pauta ambiental, à transição energética, à transição para indústria verde e uma agricultura sustentável.
Em um segundo momento, as emissões podem ser ampliadas para outros projetos, como sociais.
Objetivos
Ceron explicou que a emissão externa de títulos verdes da dívida pública federal teria os seguintes objetivos:
sinalizar que o compromisso ambiental brasileiro está se tornando concreto;
servir de referência para os títulos verdes privados, em especial em relação a qual taxa de juros praticar; e
atrair investidores estrangeiros para a compra dos títulos emitidos pelo Brasil.
"A própria emissão externa, caso ela venha ocorrer neste ano, também tem um papel importante de sinalizar que o compromisso ambiental brasileiro está se tornando concreto, porque essas captações ficam vinculadas a uma agenda", explicou Ceron.
"Tudo isso vai recolocando o Brasil no cenário internacional e em alguma medida colaborando pro retorno de não-residentes, o que é tão saudável pro nosso financiamento da dívida", completou.
Em 2022, a dívida pública federal cresceu 6,02% e fechou o ano em R$ 5,951 trilhões.
De acordo com os dados do Tesouro, somente 9,36% da dívida pública federal interna está nas mãos de estrangeiros. Os maiores compradores são instituições financeiras, fundos de investimento e fundos de previdência.