Morreu na madrugada desta segunda-feira (6), o menino Francisco Bombini, que era conhecido nas redes sociais como "Super Chico". O garoto, que nasceu com a síndrome de Down e outras complicações de saúde, tinha 6 anos e acumulava milhares de seguidores nas redes sociais.
Ele viralizou no ano passado e ficou conhecido no país todo ao superar a Covid-19 por duas vezes. Na primeira delas, chegou a ficar internado por 13 dias na UTI e quando recebeu alta foi tema de uma reportagem do Fantástico.
Segundo familiares, Chico teve uma parada cardíaca. O velório está previsto para começar às 9h no Salão Nobre 1 do Centro Velatório Terra Branca. Ainda não há horário para o enterro.
Em seu perfil oficial no Instagram, a mãe de Chico, Daniela Guedes Bombini, falou dos últimos momentos do filho.
"No último relatório de sua vida na Terra ele escreveu: "Aqui estive e aqui tentei fazer a diferença! Aqui dei exemplos e aqui vivi intensamente com muita força, cabeça erguida e sempre muito feliz", diz a postagem.
Luta contra a Covid
No ano passado, no dia 21 de março, Chico recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Acompanhado da mãe Daniela Guedes Bombini, o menino, que havia completado 5 anos no dia 6 de outubro de 2020, idade mínima estipulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para receber a vacina contra a doença, pôde completar o ciclo vacinal justamente no Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março.
O apelido "Super Chico" é fruto das batalhas que o garoto, que tem a síndrome, acumula desde o nascimento prematuro.
Ao todo, foram sete cirurgias (uma delas ainda no útero) realizadas por causa de problemas renais, cardíacos e hipotireoidismo. Em entrevista ao g1, a mãe acrescenta a vacinação como mais uma das vitórias do filho.
"Eu queria muito que esse dia chegasse. Não via a hora de poder vaciná-lo. Ele é um guerreiro, o nosso guerreiro. A vacina representa muita esperança para o futuro", afirma.
A imunização foi celebrada pela família na época porque, muito antes de ser vacinado, Chico venceu não apenas uma, mas duas vezes a Covid-19.
"Ele passou duas vezes pela doença, e é uma sensação horrível. Foram os piores dias da minha vida. Na segunda infecção, por exemplo, ele teve problemas renais, além de atingir a parte pulmonar dele. Com a vacinação, eu me sinto muito mais segura agora, um alívio e esperança."
O primeiro diagnóstico positivo veio no ano passado, quando "Super Chico" ficou 18 dias internado, sendo 13 na UTI. Quando recebeu alta, o menino foi tema de uma reportagem especial do Fantástico, que o chamou de "menino mais forte do mundo".
Já no começo de dezembro, em uma postagem feita via rede social, Daniela explicou aos seguidores que a família estava ausente na internet por causa de problemas de saúde enfrentados pelo filho e contou que ele havia sido infectado pela Covid pela segunda vez.
À época, a segunda alta mobilizou as redes sociais do garoto. O anúncio foi feito no dia 9 de dezembro pela própria Daniela, que informou que ele já estava em casa. E mais uma vez uma equipe do Fantástico acompanhou a alta do pequeno.
Três meses após a segunda infecção, o menino Chico pôde receber a segunda dose pediátrica da Pfizer e, assim como na primeira aplicação, por não ter uma musculatura mais firme nos braços devido aos problemas de desenvolvimento, teve que receber a dose em uma das perninhas.
Nas redes sociais, Daniela chegou a ressaltar a coincidência entre "viver o dia 21/03, Dia Internacional da Conscientização da Síndrome de Down, e a segunda dose do Chico contra a Covid-19" na mesma data.
Em meio às celebrações pelo momento, Daniela ainda tira um tempo para reforçar a importância da vacinação, em especial para o público de crianças com a Síndrome de Down.
"Eu super incentivo a vacinação. Digo para as mães, sobretudo de meninos como o Chico, é muito pior ver um filho teu internado, sem conseguir respirar, do que com os sintomas de uma possível reação. Foi a segunda dose agora, mas, quando liberarem a terceira dose para ele, vou vacinar. Quando liberarem a quarta dose, também. E assim por diante", completa Daniela.