Na sexta-feira, principal índice da bolsa de valores brasileira recuou 1,47%, a 108.523 pontos. Mercado acompanha a Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em queda nesta segunda-feira (6), em meio à possibilidade de manutenção de uma postura de política monetária rígida por parte do Federal Reserve, enquanto, no Brasil, investidores focavam a pauta fiscal.
Às 10h17, o Ibovespa caía 0,56%, a 107.919 pontos. Veja mais cotações.
No dia anterior, o Ibovespa recuou 1,47% nesta sexta, aos 108.523 pontos. Com o resultado, o índice encerrou a semana com perda de 3,38%. No ano, a queda acumulada é de 1,10%.
O que está mexendo com os mercados?
O Federal Reserve (BC dos EUA) elevou a meta de taxa de juros em 0,25 ponto percentual na semana passada, desaceleração em relação a aumentos anteriores de 0,50 e até 0,75 ponto.
Porém o último relatório de empregos nos Estados Unidos renovou as preocupações sobre mais aumentos de juros pelo Federal Reserve.
Além disso, as tensões geopolíticas entre China e EUA se elevaram após um suposto balão de espionagem afetar o sentimento dos investidores.
Um caça militar dos EUA derrubou um suposto balão espião chinês no sábado, uma semana depois de ele ter entrado no espaço aéreo norte americano pela primeira vez, desencadeado uma dramática saga de espionagem que obscureceu as já tensas relações sino-americanas.
A China condenou veementemente o ataque militar ao balão, que diz ter sido usado para questões meteorológicas e outros fins científicos.
"Sem dúvida, o incidente é uma manchete negativa para o mercado", disse à Reuters Yuan Yuwei, gerente de fundos de hedge da Water Wisdom Asset Management. "O forte relatório de empregos nos EUA também esfriou a febre das percepções de 'mudanças sobre os juros', levando a um dólar em alta e a uma queda do iuan."
No cenário local, os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano de 5,74% para 5,78% - oitava alta consecutiva. Para o crescimento do PIB de 2023, o mercado financeiro reduziu sua previsão de 0,80% para 0,79%.
O BC decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano e ressaltou que a incerteza fiscal e a deterioração nas expectativas de inflação do mercado elevam o custo para que a autoridade monetária atinja suas metas, sugerindo taxas altas por mais tempo.
Os agentes financeiros aguardam novos sinais do governo sobre sua agenda econômica, com especial atenção à posse de Aloizio Mercadante na chefia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).