Em meio a uma intensa disputa na justiça contra bancos credores, varejista entrou com pedido de recuperação judicial listando dívidas de mais de R$ 40 bilhões. A Verde Asset afirmou em carta a cotistas que "foi vítima de uma fraude" na crise da Americanas. A gestora de investimentos afirmou que, embora fundo tenha tido prejuízo relativamente pequeno com as debêntures da varejista que pediu recuperação judicial no mês passado, vai buscar "exercer seu dever fiduciário" de proteger seus cotistas.
"Temos a maior fraude da história corporativa do Brasil, um buraco de mais de R$ 20 bilhões", afirmou o fundo em carta divulgada nesta segunda-feira (6).
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"Há quanto tempo que esta fraude existe, quem foram os principais responsáveis e beneficiários, é assunto que será amplamente discutido e explorado no Judiciário", afirmou a Verde Asset.
A Americanas, em meio a uma intensa disputa na justiça contra bancos credores, entrou com pedido de recuperação judicial listando dívidas de mais de R$ 40 bilhões.
Os principais acionistas da companhia são Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcelo Telles, trio de bilionários que fundou a empresa de investimentos 3G Capital.
A Verde também criticou a Americanas por só remover executivos da alta administração da companhia quase um mês após o fato relevante que chamou de "inconsistências contábeis" os problemas de R$ 20 bilhões no balanço da companhia.
"Beira o inacreditável que somente 23 dias após o fato relevante, que alguém da companhia, seja na área financeira, seja na alta gestão, tenha sido afastado. A gestão financeira da companhia (com exceção da recém-empossada CFO) continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte", afirmou a Verde.
"Os três controladores da companhia, diante da escolha entre aportes para reparar um pedaço substancial da fraude, ou preservar sua reputação, têm ficado silentes, mas claramente escolheram a opção financeira".
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou Lemann, durante uma entrevista a um programa de televisão, comparando-o a Eike Batista, que chegou a ser preso por manipulação de mercado e uso de informação privilegiada.