Caberá ao presidente Lula decidir se reconduz diretores atuais ou se escolhe novos. Os mandatos de dois diretores do Banco Central (BC) terminam nesta terça-feira (28). Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir se reconduz os diretores aos cargos ou se escolhe novos integrantes.
São eles:
Bruno Serra Fernandes, diretor de Política Monetária
Paulo Souza, diretor de Fiscalização
Será a primeira mudança na composição do Banco Central durante o governo Lula. Os mandatos são de quatro anos, com a possibilidade de recondução.
A escolha acontece em meio às críticas de Lula e de integrantes do governo ao nível da Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 13,75% ao ano.
Os diretores e o presidente do BC participam do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da taxa de juros. São, ao todo, nove integrantes, incluindo o presidente do BC, todos com direito a voto peso um.
Porém, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a decisão sobre os cargos não sairá nesta semana. O governo está envolto com a discussão sobre a volta da cobrança dos impostos federais sobre a gasolina e álcool, entre outros assuntos.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo
Em entrevista ao programa Roda Viva, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o diretor Paulo Souza tem a intenção de permanecer por mais quatro anos no cargo. "É um ótimo caso de recondução, mas de novo, a prerrogativa é do governo", disse.
Já Fernandes não teria a intenção de ser reconduzido.
Como funciona a transição
Enquanto não sai a decisão do presidente, Serra e Souza podem optar por ficar nos cargos até a definição de quem serão os novos diretores ou se eles serão reconduzidos, caso queiram, como é o caso de Souza.
Caso eles sejam reconduzidos para um novo mandato, não precisarão passar por nova sabatina no Senado. Se Lula escolher novos nomes, os escolhidos precisarão passar pela sabatina.
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Outras mudanças
Até o fim de seu mandato, o presidente Lula ainda terá direito a decidir se reconduz ou se troca mais sete diretores, incluindo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto:
Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, com mandato até 31 de dezembro 2023
Maurício Costa de Moura, diretora de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta, com mandato até 31 de dezembro 2023
Carolina de Assis Barros, diretora de Administração, com mandato até 31 de dezembro 2024
Otávio Damaso, diretor de Regulação, com mandato até 31 de dezembro 2024
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, com mandato até 31 de dezembro 2024
Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, com mandato até 31 de dezembro de 2025
Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, com mandato até 31 de dezembro de 2025
Com isso, até o fim de 2024, Lula poderá indicar sete dos noves diretores que compõem o Banco Central, incluindo o presidente.
Campos Neto, por exemplo, já afirmou diversas vezes que não tem a intenção de permanecer no BC para um novo mandato.
Diferentemente de governos anteriores, Lula não pôde escolher o presidente e a diretoria do BC ao assumir o governo, pois a lei que deu autonomia à autoridade monetária concedeu mandatos fixos à diretoria da instituição.
Ele precisa esperar o término do mandato de cada um para trocar ou manter os nomes escolhidos pelo governo anterior.