No dia anterior, o principal índice do mercado de ações brasileiro caiu 0,52%, a 104.384 pontos. Ibovespa
Pexels
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu em alta nesta quinta-feira (02), apesar da desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. O avanço é puxado pelas ações da Vale, empresa com maior peso na composição do índice, e pelos papéis da EDP.
No ano passado, o Brasil cresceu 2,9%, abaixo do avanço de 5,0% registrado em 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da alta no acumulado de 2022, no último trimestre do ano, o PIB teve queda de 0,2%, interrompendo uma sequência de cinco trimestres consecutivos de desempenho positivo.
Às 10h55, o Ibovespa subia 0,31%, aos 104.712 pontos. Veja mais cotações. No mesmo período, Vale tinha alta de quase 3%, enquanto EDP disparava mais de 17%.
No dia anterior, o índice teve queda de 0,52%, aos 104.384 pontos. Com o resultado, o Ibovespa passou a acumular perdas de 4,88% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A alta do Ibovespa é puxada, principalmente, pela valorização dos papéis da Vale e da EDP. No caso da mineradora, a alta acompanha o avanço da cotação do minério de ferro no exterior.
Já a EDP dispara na bolsa por conta do anúncio do fechamento de capital no Brasil. Na prática, isso significa que a empresa sairá da bolsa de valores brasileira e, para tal, abriu uma oferta pública para recomprar todas as suas ações disponíveis no mercado.
O avanço do índice, porém, é limitado por mais um dia de queda nas ações da Petrobras e pelo desempenho do PIB do país em 2022.
O resultado, embora positivo, traz preocupações sobre o rumo da economia brasileira neste ano, o que explica a desvalorização da moeda brasileira neste pregão.
O resultado positivo foi puxado, sobretudo, pelo crescimento do setor de serviços, que avançou 4,2% no ano. No entanto, os fatores que beneficiaram a economia brasileira no ano passado "não se fazem mais presentes", pontua Claudia Moreno, economista do C6 Bank.
"Os efeitos positivos da reabertura econômica já se esgotaram, as maiores economias do mundo também encontram dificuldade para crescer e os preços das commodities estão em queda. Em um ambiente de baixo crescimento global, fica difícil para a economia brasileira alcançar um desempenho mais robusto", explica a economista.
Com esse cenário, as perspectivas do banco para o PIB em 2023 é de um crescimento de apenas 1%, em mais um período de desaceleração econômica.
LEIA MAIS
Serviços sustentam alta do PIB, com turismo puxando recuperação de atividades arruinadas pela pandemia
Juros elevados já reduziram o PIB do 4º trimestre e complicam 2023, dizem economistas
MÍRIAM LEITÃO: 'O governo Bolsonaro entregou para o governo Lula já desacelerando'
