Na sexta-feira, o principal índice do mercado de ações brasileiro caiu 1,38%, aos 103.618 pontos. Ibovespa
Pexels
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em queda nesta segunda-feira (13), com atenções voltadas à atuação dos agentes econômicos americanos em meio à crise de quebra do maior órgão financeiro desde 2008, o Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups.
Às 10h10, o índice recuava 0,95%, aos 102.631 pontos. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, o Ibovespa teve queda de 1,38%, aos 103.618 pontos. Com o resultado, o índice encerrou a semana em queda de 0,24%. No mês, o recuo é de 1,25% e, no ano, de 5,57%.
O que está mexendo com os mercados?
O mercado segue atento ao cenário de juros nos Estados Unidos, conforme dados econômicos do país reforçam a perspectiva que o Fed deve continuar elevando as taxas de juros para tentar conter a inflação na maior economia do mundo e com o novo risco de crédito no setor bancário no país.
Na sexta-feira, autoridades americanas anunciaram o encerramento das atividades do Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups. A notícia da falência, a segunda maior do setor bancários dos EUA, provocou apreensão entre os clientes do SVB que não conseguiram movimentar o dinheiro aplicado no banco.
O impacto do fim do SVB ainda não está claro, mas especialistas em economia dos EUA afirmam não acreditar que a falência do banco cause um efeito dominó semelhante ao que levou à crise financeira de 2008.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse neste domingo que está monitorando as potenciais implicações para a estabilidade financeira do colapso do Silicon Valley Bank, mas disse estar confiante de que Washington está tomando as medidas reguladoras apropriadas.
"Estamos monitorando de perto os desenvolvimentos e potenciais implicações para a estabilidade financeira, e temos plena confiança de que os formuladores de políticas nos Estados Unidos estão tomando as medidas apropriadas para enfrentar a situação", disse um porta-voz do FMI à Reuters em comunicado.
No domingo, autoridades dos Estados Unidos lançaram medidas de emergência para reforçar a confiança no sistema bancário após a falência do Silicon Valley Bank ter ameaçado desencadear uma crise financeira mais ampla.
Depois de um fim de semana dramático, reguladores disseram que os clientes do banco falido terão acesso a todos os seus depósitos a partir desta segunda-feira, e criaram um novo instrumento para dar aos bancos acesso a fundos emergenciais. O Federal Reserve também tornou mais fácil para os bancos tomarem empréstimos em emergências.
O fechamento do banco ocorreu após aumentos nas taxas de juros que afetaram empresas de tecnologia iniciantes e uma tentativa de aumento de capital da instituição que estimulou uma corrida de saques.
Embora as medidas tenham fornecido algum alívio para as empresas do Vale do Silício e para os mercados globais nesta segunda-feira, as preocupações com os riscos bancários permanecem e lançam dúvidas sobre se o Fed manterá seu plano de aumentos agressivos da taxa de juros.
"Acreditamos que as medidas tomadas pelo Fed, Tesouro e (Federal Deposit Insurance Corp - FDIC) quebrarão decisivamente o 'ciclo da desgraça' psicológico no setor bancário regional", disse Karl Schamotta, estrategista-chefe de mercado da Corpay.
"Mas, de forma justa ou não, o episódio contribuirá para níveis mais altos de volatilidade, com os investidores observando com cautela o surgimento de outras rachaduras à medida que o aperto da política do Fed continua."
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso prejudica os ativos de risco, como o mercado de ações.
No Brasil, o boletim Focus mostra que os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano de 5,90% para 5,96% e também passaram a projetar uma expansão maior do Produto Interno Bruto (PIB), de 0,85% para 0,89% na última semana.