Na véspera, o principal índice do mercado de ações brasileiro avançou 0,14%, aos 106.163 pontos. Sede da B3
Amanda Perobelli/Reuters
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em queda nesta quarta-feira (19), com investidores digerindo detalhes do arcabouço fiscal, com foco em resultados da Vale e com clima ruim no exterior pela expectativa de alta de juros nos Estados Unidos e Europa.
Às 10h15, o índice caía 1,42%, aos 104.657 pontos. Veja mais cotações.
Na véspera, o Ibovespa teve queda de 0,14%, aos 106.163 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular alta de 4,20% no mês. No ano, no entanto, ainda tem perdas de 3,25%.
Governo entrega projeto da nova regra fiscal ao Congresso
O que está mexendo com os mercados?
No Brasil, o grande destaque é a avaliação de detalhes do novo arcabouço fiscal, entregue nesta terça-feira (18) ao Congresso Nacional.
O projeto de lei do governo elenca uma série de despesas que não serão enquadradas nos limites das novas regras. Também traz mais detalhes sobre as metas de resultado e explica o que acontece caso essas metas não sejam cumpridas. O g1 preparou uma reportagem com todos os pontos.
O mercado internacional iniciou o dia preocupado com a probabilidade de altas nos juros de economias desenvolvidas depois de resultados de inflação na Europa e expectativa por dados econômicos nos Estados Unidos.
O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse nesta terça que Banco Central dos EUA provavelmente terá mais um aumento na taxa de juros pela frente, uma vez que continua trabalhando para reduzir a inflação alta.
"Mais um movimento deve ser suficiente para darmos um passo atrás e ver como nossa política está fluindo na economia, para entender até que ponto a inflação está voltando à nossa meta", disse Bostic em entrevista à CNBC.
Já o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse também na terça que o Fed deveria continuar elevando a taxa de juros com base em dados recentes mostrando que a inflação continua persistente, enquanto a economia em geral deve continuar crescendo, mesmo que lentamente.
"Wall Street está muito engajado na ideia de que haverá uma recessão em seis meses ou algo assim, mas não é assim que você leria uma expansão como esta", disse, em entrevista à Reuters.
"O mercado de trabalho parece muito, muito forte. E a sabedoria convencional é que se você tem um mercado de trabalho forte que alimenta um consumo forte... e isso é uma grande parte da economia... não parece ser o momento de prever que haverá uma recessão no segundo semestre de 2023", disse ele.
A inflação na zona do euro diminuiu no mês passado, mas as leituras subjacentes permaneceram altas, disse a Eurostat. A taxa caiu de 8,5% para 6,9% na janela anual, principalmente devido a uma rápida queda nos custos de energia, já que os preços do gás natural continuam caindo após o salto de um ano atrás com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Mas autoridades do Banco Central Europeu (BCE) agora estão preocupadas com o fato de que os altos custos da energia tenham se infiltrado na economia em geral. As leituras do núcleo persistentemente altas são o motivo pelo qual a maioria das autoridades do BCE já disse que as taxas de juros precisarão continuar subindo, apesar do recorde de 350 pontos-base de alta desde julho passado.
No Reino Unido, a inflação registrou desaceleração menor do que o esperado, fazendo o país ser o único da Europa Ocidental com inflação de dois dígitos em março. A taxa caiu para uma taxa anual de 10,1%, disse o Escritório Nacional de Estatísticas, abaixo dos 10,4% em fevereiro, mas bem acima dos 9,8% previstos por economistas consultados pela Reuters.
A inflação, que atingiu um pico em 41 anos de 11,1% em outubro, continua a corroer o poder de compra dos trabalhadores, cujos salários estão subindo menos. O resultado reforça as apostas de que o Banco da Inglaterra aumentará a taxa de juros novamente em maio.