Na quinta-feira, o principal índice do mercado de ações brasileiro avançou 0,44%, aos 104.367 pontos. Vista geral dos painéis da Bolsa de Valores de Sâo Paulo
Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera instável nesta segunda-feira (24), com arcabouço fiscal iniciando seu percurso no Congresso e de olho nos juros dos Estados Unidos com divulgação de novos dados econômicos na semana.
Às 10h, o índice caía 0,07%, aos 104.294 pontos. Veja mais cotações.
Na quinta-feira, o índice teve alta de 0,44%, aos 104.367 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou os seguintes resultados:
Na semana, a bolsa teve recuo de 1,80%;
No mês, o Ibovespa tem ganhos de 2,44%;
No ano, entretanto, acumula perdas de 4,89%.
Governo entrega projeto da nova regra fiscal ao Congresso
O que está mexendo com os mercados?
A semana começa com investidores de olho no início de tramitação do arcabouço fiscal brasileiro e aguardam os resultados das grandes empresas de tecnologia nos Estados Unidos, bem como pistas da trajetória de juros no país, com a divulgação de novos dados econômicos da semana.
O governo federal entregou o texto final do arcabouço na última terça-feira (18) ao Congresso Nacional. A proposta irá substituir o teto de gastos no controle das contas públicas. O mercado aguarda agora a recepção das medidas e possíveis ajustes por parte dos deputados e senadores.
No fim de semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez novos comentários sobre o arcabouço fiscal e seu potencial de redução dos juros nesta sexta-feira (21), em evento em Londres.
Ele afirmou que o Congresso Nacional pode fazer alguns reparos no texto do arcabouço, mas que o projeto está na “direção certa” e que é preciso melhorar a comunicação para tranquilizar os mercados e balizar as expectativas econômicas. Campos Neto disse que o texto final do arcabouço, se aprovado, tem critérios realistas de manejo das contas públicas, e elimina o “risco de cauda” de explosão da dívida pública.
“A gente precisa avançar e explicar melhor para que isso consiga permear através dos mercados, para que a expectativa de inflação melhore e para que abra espaço para a gente fazer o nosso trabalho de queda de juros”, disse Campos Neto.
Ainda assim, as falas do presidente do BC, sinalizando que pode não haver uma queda dos juros no curto prazo, aumentaram a pressão no governo por uma saída fiscal para tentar fomentar o crescimento do PIB.
Segundo o blog da Julia Duailibi, Lula está cobrando integrantes do governo para que busquem alternativas que possam compensar a política monetária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sido praticamente uma voz isolada ao defender a harmonia entre o fiscal e a política monetária.
Nesta segunda, em Portugal, Lula voltou a criticar publicamente o patamar atual da taxa básica de juros da economia brasileira.
"Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato", declarou Lula em um fórum com investidores em Matosinhos, no país europeu.
"E a verdade é que um país capitalista precisa de dinheiro, e esse dinheiro tem que circular. Não na mão de poucos, mas na mão de todos", prosseguiu.
No boletim Focus, os economistas do mercado financeiro elevaram novamente a estimativa de inflação deste ano, de 6,01% para 6,04%. Foi a quarta alta seguida na expectativa de inflação desse ano. Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro ficou estável em 4,18% na semana passada.
Para o crescimento Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado financeiro subiu de 0,90% para 0,96% na última semana. Já para 2024, a previsão de crescimento subiu de 1,40% para 1,41%.
No exterior, os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam com ganhos mínimos na sexta-feira, após resultados trimestrais mistos, com os investidores avaliando como dados econômicos conflitantes podem influenciar as taxas de juros e antecipando uma semana cheia de relatórios corporativos.
Uma pesquisa mostrou nesta sexta que a atividade empresarial dos EUA acelerou para o nível mais alto em 11 meses em abril, tornando ainda mais incertas as perspectivas para a política monetária do Federal Reserve depois que dados no início da semana indicaram um enfraquecimento da economia.