Economia

Ministro diz que 'já há consenso' para 'algumas reduções' em voos no aeroporto Santos Dumont

Por Portal NC

25/04/2023 às 18:37:24 - Atualizado há
Afirmação foi feita após reunião com governador e prefeito do Rio, que pediram que aeroporto só atenda voos de Congonhas e Brasília. Eventuais reduções estão em estudo, segundo ministro. O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou nesta terça-feira (25) que "já há consenso" para fazer "algumas reduções" no número de voos do Aeroporto Santos Dumont. O assunto está em estudo pelo governo federal.

França se reuniu com o governador do Rio, Claudio Castro, e o prefeito Eduardo Paes, em Brasília. Haverá uma nova reunião para tratar do tema em 15 dias.

"Já há consenso que nós vamos ter que fazer algumas reduções no Santos Dumont. Já há consenso que nós vamos ter fazer um slot variável, que permite que a empresa possa ocupar o slot dela em outros momento", afirmou o ministro.

"Nós estamos com a prefeitura e com o estado combinando que nós vamos apresentar daqui a 15 dias as propostas da União em relação a essas alterações que vão ser necessárias", acrescentou.

Castro e Paes apresentaram ao governo proposta para que o Santos Dumont fique limitado a fazer a ponte aérea com Congonhas (SP) e com Brasília (DF). Os demais voos seriam feitos pelo Galeão.

"O que defendemos é que, com mais voos domésticos no Galeão, se tenha mais voos internacionais no Galeão", afirmou Paes.

A proposta, contudo, não foi bem recebida pelo governo federal, segundo Castro. "Eles têm discordância disso, eles acham que a lei não dá para fazer, nós achamos que dá", declarou.

Segundo França, "a própria prefeitura e o governo do Estado concordaram que isso tem que ser feito de maneira gradual para que as pessoas não modifiquem suas vidas". "Então a gente vai fazer de maneira gradual", disse.

"Para nós não há problema de fazer redução no Santos Dumont, nosso problema é que o Galeão volte a ter passageiro", afirmou o ministro.

O ministro disse também que a proposta do Rio tem a ver com destino final, mas que esse destino final "nós vamos estudar e fazer a nossa proposta em relação a isso".

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Desequilíbrio

O desequilíbrio entre os dois maiores aeroportos do Rio vem trazendo prejuízo. Enquanto o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador, vem perdendo um número grande de passageiros a cada ano, o Aeroporto Santos Dumont, no Centro, está operando no limite de sua capacidade e provocando atrasos e filas enormes.

Com objetivo de combater o esvaziamento do Galeão, o ministro Márcio França determinou no início do mês que a operação do Santos Dumont não ultrapasse os 10 milhões de passageiros nesse ano de 2023.

Os governos federal e estadual também montaram um grupo de trabalho para pensar numa solução conjunta para a concessão do Galeão e para a licitação do Santos Dumont à iniciativa privada.

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Atual concessionária

França informou ainda que o governo federal encontrou uma solução jurídica para que a atual concessionária do Galeão continue com a concessão, caso queira. Segundo o ministro, o assunto será debatido em reunião do governo federal com a Changi nesta quarta (25).

A concessão vai até 2039, mas a Changi, empresa de Singapura que administra o aeroporto, protocolou um pedido para devolver o terminal, devido à queda no número de passageiros e à falta de viabilidade econômica.

A concessionária sinalizou ao governo Lula interesse de desistir da desistência e continuar com a concessão.

Castro e Paes disseram ser indiferente para o estado fluminense quem vai continuar com a concessão.

Caso a Changi devolva realmente a concessão do Galeão, França defende que a Infraero assuma provisoriamente até ser feita uma nova licitação, em conjunto com o Santos Dumont.

O Santos Dumont é o único grande aeroporto administrado pela estatal Infraero, já que ficou fora da 7º rodada de licitações.

A 7ª rodada foi a última grande licitação de aeroportos. Inicialmente, contaria com o Santos Dumont, mas o governo Bolsonaro desistiu diante da pressão do governo fluminense para licitar o Santos Dumont junto com o Galeão.

O Galeão foi licitado em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), mas com a recessão econômica de 2014 e depois a pandemia, perdeu muitos voos, e a Changi manifestou interesse em devolver a concessão.
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