Na véspera, o principal índice do mercado de ações brasileiro recuou 0,70%, aos 103.220 pontos. Vista geral dos painéis da Bolsa de Valores de Sâo Paulo
Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em alta nesta quarta-feira (26), de olho nos dados da prévia da inflação do Brasil, nos dados econômicos no exterior e na criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.
Às 10h10, o Ibovespa subia 0,30%, aos 103.529 pontos. Veja mais cotações.
Na véspera, o índice teve queda de 0,70%, aos 103.220 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou os seguintes resultados:
Na semana, a bolsa tem recuo de 1,10%;
No mês, o Ibovespa tem ganhos de 1,31%;
No ano, entretanto, acumula perdas de 5,94%.
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O que está mexendo com os mercados?
Principal indicador nacional do dia, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — ficou em 0,57% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 4,16% na janela de 12 meses. É a primeira vez em que o indicador fica abaixo de 5% desde fevereiro de 2021. Trata-se também uma redução em relação aos 5,36% anotados no mês passado.
Os números ficaram um pouco abaixo das expectativas de mercado. Em pesquisa da Reuters eram esperadas altas de 0,61% no mês e de 4,20% em 12 meses.
Em abril, o resultado anual entrou no intervalo das metas de inflação do país. A meta é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O índice é um dos parâmetros usados pelo Banco Central (BC) para definir a Selic, a taxa básica de juros do país.
Mas a expectativa de economistas é de uma retomada da inflação no segundo semestre. Segundo o boletim Focus desta semana, a estimativa de inflação em 2023 está em 6,04%, acima do teto da meta.
O mercado também observa o desenrolar da possível a instalação da CPI mista dos ataques golpistas que pode acontecer já nesta quarta-feira (26). Os agentes temem que a comissão possa paralisar as discussões da agenda econômica, como a tramitação do arcabouço fiscal.
Segundo o blog do Valdo Cruz, um recuo da oposição está posto à mesa, depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a temer virar o principal alvo da CPMI. Ele gostaria, inclusive, de escalar dois filhos para integrar a comissão: deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O blog diz ainda que uma ala da oposição já se arrepende da futura criação da CPMI e não descarta a possibilidade de desistir da comissão, caso o governo Lula tenha total controle dos trabalhos, com a indicação de um presidente e relator alinhados com o Palácio do Planalto.
No exterior, os ânimos são mistos à espera da decisão de juros dos Estados Unidos, de olho em dados econômicos da semana.
"Ontem, o First Republic Bank despencou 49% depois do resultado na segunda-feira (24). Os depósitos do banco regional americano caíram mais de 40% nos três primeiros meses do ano, desencadeado pela recente crise bancária. A queda da ação do FRB reacendeu preocupações com o setor como um todo e pressionou outros papéis de bancos também ao longo do dia", diz relatório da XP.