Informações foram divulgadas nesta sexta pelo Banco Central. Na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB), déficit de março é o pior para o mês desde 2020, ou seja, em três anos. As contas do setor público consolidado registraram um déficit primário de R$ 14,18 bilhões em março, informou o Banco Central nesta sexta-feira (28).
O déficit primário acontece quando as despesas com impostos ficam acima das receitas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, há superávit. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Ao mesmo tempo, a dívida bruta do setor público consolidado, indicador acompanhado com atenção pelos investidores por indicar a capacidade de pagamento dos países, registrou aumento para 73% do Produto Interno Bruto (PIB) no mês passado (veja mais abaixo nessa reportagem).
O rombo de R$ 14,18 bilhões é o pior, para meses de março, desde 2020 (-R$ 23,65 bilhões). Na proporção com o PIB, comparação considerada mais apropriada por analistas, o saldo negativo, de 1,59% no mês passado, também é o mais alto para o mês desde 2020 (-3,71% do PIB).
O saldo deficitário das contas públicas em março aconteceu por conta do desempenho das contas do governo federal e dos estados e municípios. Veja abaixo:
governo federal registrou déficit de R$ 9,71 bilhões;
estados e municípios tiveram saldo negativo de R$ 4,62 bilhões;
empresas estatais apresentaram superávit de R$ 154 milhões.
No acumulado do primeiro trimestre deste ano, segundo dados oficiais, as contas públicas registraram um superávit de R$ 58,38 bilhões, o equivalente a 2,31% do PIB.
Isso representa piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um saldo positivo de R$ 100,61 bilhões (4,73% do PIB).