Recomendação foi feita após visita de técnicos do Fundo Monetário Internacional ao Brasil neste ano. Grupo também declarou apoio a compromisso do governo de melhorar contas públicas. O corpo técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira (16) um comunicado declarando apoio ao compromisso do governo brasileiro de melhorar as contas públicas, mas recomendando "um esforço fiscal mais ambicioso" que "continue além de 2026" para reduzir a dívida pública.
"Apoiamos fortemente o compromisso das autoridades em melhorar a posição fiscal brasileira. Reconhecendo a necessidade de preservar a sustentabilidade da dívida, as autoridades almejam um superávit primário de 1% do PIB até 2026", diz o comunicado em relação à meta de resultado das contas públicas, atrelada ao novo arcabouço fiscal proposto pelo governo.
"O corpo técnico recomenda um esforço fiscal mais ambicioso que continue além de 2026 para posicionar a dívida numa trajetória firmemente descendente e, ao mesmo tempo, proteger os gastos sociais e de investimento, com o apoio de um arcabouço fiscal reforçado, uma maior ampliação da base tributária e reformas que enfrentem a rigidez dos gastos", continua o comunicado.
A recomendação foi feita após o fim da visita do corpo técnico do FMI ao Brasil neste ano. Segundo o fundo, são constatações preliminares e não representam necessariamente o ponto de vista da diretoria executiva.
Outras considerações
No comunicado, o corpo técnico do FMI também cita que espera que o crescimento da economia brasileira ganhe força a partir do próximo ano.
"As projeções indicam uma moderação do crescimento, de 2,9% em 2022 para 1,2% em 2023. Projetamos uma melhora do crescimento para 1,4% em 2024 e 2% no médio prazo", diz trecho.
Sobre inflação, o corpo técnico considerou que a política monetária, ou seja, a taxa de juros praticada pelo Banco Central é "consistente" com a redução da inflação, que deve convergir para a meta até meados de 2025.
"Baixar a inflação é crucial para proteger as famílias vulneráveis, que são as mais prejudicadas pela inflação alta. A política monetária é consistente com a redução da inflação para a meta, em linha com o regime de metas para a inflação, que tem servido bem ao Brasil", diz a área técnica do FMI.
Ainda sobre a política monetária, os técnicos do fundo sugeriram que seja avaliada a possibilidade de o país definir uma meta fixa de médio prazo para a inflação. Atualmente, as metas de inflação são anuais, definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).