Economia

Área técnica do FMI recomenda 'esforço fiscal mais ambicioso que continue além de 2026' para reduzir trajetória da dívida

Recomendação foi feita após visita de técnicos do Fundo Monetário Internacional ao Brasil neste ano.

Por Portal NC

16/05/2023 às 18:40:28 - Atualizado há
Recomendação foi feita após visita de técnicos do Fundo Monetário Internacional ao Brasil neste ano. Grupo também declarou apoio a compromisso do governo de melhorar contas públicas. O corpo técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira (16) um comunicado declarando apoio ao compromisso do governo brasileiro de melhorar as contas públicas, mas recomendando "um esforço fiscal mais ambicioso" que "continue além de 2026" para reduzir a dívida pública.

"Apoiamos fortemente o compromisso das autoridades em melhorar a posição fiscal brasileira. Reconhecendo a necessidade de preservar a sustentabilidade da dívida, as autoridades almejam um superávit primário de 1% do PIB até 2026", diz o comunicado em relação à meta de resultado das contas públicas, atrelada ao novo arcabouço fiscal proposto pelo governo.

"O corpo técnico recomenda um esforço fiscal mais ambicioso que continue além de 2026 para posicionar a dívida numa trajetória firmemente descendente e, ao mesmo tempo, proteger os gastos sociais e de investimento, com o apoio de um arcabouço fiscal reforçado, uma maior ampliação da base tributária e reformas que enfrentem a rigidez dos gastos", continua o comunicado.

A recomendação foi feita após o fim da visita do corpo técnico do FMI ao Brasil neste ano. Segundo o fundo, são constatações preliminares e não representam necessariamente o ponto de vista da diretoria executiva.

Outras considerações

No comunicado, o corpo técnico do FMI também cita que espera que o crescimento da economia brasileira ganhe força a partir do próximo ano.

"As projeções indicam uma moderação do crescimento, de 2,9% em 2022 para 1,2% em 2023. Projetamos uma melhora do crescimento para 1,4% em 2024 e 2% no médio prazo", diz trecho.

Sobre inflação, o corpo técnico considerou que a política monetária, ou seja, a taxa de juros praticada pelo Banco Central é "consistente" com a redução da inflação, que deve convergir para a meta até meados de 2025.

"Baixar a inflação é crucial para proteger as famílias vulneráveis, que são as mais prejudicadas pela inflação alta. A política monetária é consistente com a redução da inflação para a meta, em linha com o regime de metas para a inflação, que tem servido bem ao Brasil", diz a área técnica do FMI.

Ainda sobre a política monetária, os técnicos do fundo sugeriram que seja avaliada a possibilidade de o país definir uma meta fixa de médio prazo para a inflação. Atualmente, as metas de inflação são anuais, definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
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