Atualmente, projeção da pasta é de expansão de 1,9% no PIB em 2023, e de 2,3% em 2024. Governo avalia que início do corte de juros pelo BC e reformas fiscal e tributária tendem a reduzir incertezas e estimular investimentos. A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda avaliou nesta quinta-feira (1º) que a alta de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano "eleva o viés positivo para projeção de crescimento da SPE em 2023".
Atualmente, a projeção do órgão é de uma expansão de 1,9% no PIB em 2023, e de 2,3% em 2024.
De acordo com a secretaria, após a divulgação do resultado do PIB no começo de 2023, o chamado "carry over" (carregamento estatístico) para o crescimento em todo este ano é de 2,4%.
Ou seja, se não houver queda do PIB nos próximos trimestres, a tendência é de um crescimento fique acima desse valor ao fim de 2023.
"Para o segundo trimestre, na margem, deve ser observada desaceleração do crescimento da Agropecuária uma vez que o aumento da produção de grãos tem impacto muito mais pronunciado no primeiro trimestre, pela colheita da soja e milho 1ª safra", diz o Ministério da Fazenda.
O governo acrescenta que, para a Indústria, de transformação em especial, indicadores antecedentes não vêm sinalizando recuperação no próximo trimestre.
"Destaca-se, nesse sentido, o recuo no fluxo de caminhões pesados, a queda na produção de automóveis e ônibus e a trajetória dos índices de confiança da indústria e empresarial. As condições de juros e spreads no mercado de crédito bancário e não-bancário também contribuem para esta perspectiva", acrescentou.
Para o setor de serviços, no entanto, a SPE diz que as perspectivas seguem favoráveis para o próximo trimestre, com destaque para:
geração de novas vagas de emprego formal;
expansão da massa real em abril;
elevação da renda real disponível, que deve ser verificada tanto pelo novo aumento no valor do salário mínimo em maio, como pela desaceleração esperada para a inflação, em especial de alimentos e gasolina.
"Vale notar, além disso, que a confiança do consumidor segue se mantendo elevada, com destaque para o componente de expectativas. A redução de alíquotas de impostos para carros novos também deve contribuir para a dinâmica desse setor a partir de junho", avaliou o Ministério da Fazenda.
A Secretaria de Política Econômica diz ainda que, ao longo deste ano, "vetores positivos" para o crescimento devem vir ainda do programa Desenrola (de renegociação de dívidas, previsto pelo governo), do Minha Casa Minha Vida e do estímulo ao adensamento tecnológico, derivado do Plano de Transformação Ecológica e de políticas de crédito para inovação e digitalização, recentemente anunciadas.
"O início da flexibilização monetária [corte de juros pelo BC] e as reformas fiscal e tributária, somadas ainda às medidas para desburocratizar e agilizar emissões no mercado de capitais tendem a reduzir incertezas, propiciando o retorno do investimento", concluiu a SPE.