A produção dos campos brasileiros representa 8% do PIB, que é a soma de todos os produtos e serviços produzidos no país. Salto da agropecuária impulsiona indústrias de alimentos
Que solo fértil para agropecuária. Com a pesquisa e a inovação como adubo, a produção do setor primário da economia cresce que nem mato.
O produtor rural Sadau Sayama planta no interior de São Paulo. De um ano para o outro, a batata ficou ainda mais doce para o produtor. A caixa passou de R$ 14 para R$ 35.
"Do ano passado, de outubro para cá, eu comecei a preparar as terras. Eu sempre plantava assim em torno de 20, 25 hectares e, agora, final de ano para o início do ano foi para 40, 45 hectares", conta Sadau Sayama.
A soma do que sai dos nossos campos representa 8% do PIB. Agora, pegue tudo isso e processe, ensaque, armazene, transporte até os centros urbanos do país, onde a competitividade da agropecuária vira matéria-prima para o agronegócio, liga as máquinas, aquece a produção de alimentos, gera emprego e renda.
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Em uma fábrica de massas, a supersafra de trigo fez capital de giro, margem de lucro. Se tiver mais clientes, já pode aumentar a produção. Mas é só agroindústria que ganha - uma fatia do setor industrial, que - segundo dados do IBGE - ainda patina.
"A parcela da indústria que depende de insumos e de bens primários para o processo produtivo acaba bebendo nessa fonte de competitividade, o que contribui para o crescimento do setor industrial, quando a gente olha os ramos industriais ligados à parcela da produção agropecuária", explica André Diz, pesquisador da FGV Agro.
A história de sucesso do agronegócio brasileiro é aquele manual de boas práticas que todos os países que se desenvolveram conseguiram fazer. A gente tem o braço de pesquisa e desenvolvimento do setor público e do setor privado. A gente tem ganhos de competitividade do ponto de vista de logística, e a gente tem um setor privado bastante importante, com expansão dos investimentos. Então, a gente tem todos os ingredientes que contribuem para uma política de crescimento econômico muito forte, que o Brasil conseguiu desenvolver.
"Nós tivemos um aumento significativo na produção de soja nessa última safra. Foi um aumento na faixa de 20% em relação ao ano anterior. O que nós classificamos como excelente para um ano que foi difícil. As situações climáticas foram adversas, mas nós conseguimos, com o uso e emprego de várias tecnologias, conseguir esse incremento de produção", diz o produtor rural Flávio Delgado.
Do grão ao balcão. Da fruta ao molho. Da roça à metrópole. Com mais inovação e logística fortalecida, o crescimento é uma trilha para toda a economia seguir.
"Temos um time muito comprometido, temos processos muito bem definidos, aprendemos com muita rapidez nos tempos difíceis que a gente teve no passado, Então, hoje, estamos prontos para voar", afirma a coordenadora de RH Fabiana Pereira das Neves.
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