O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu o habeas corpus para Wilson Callera, de 75 anos, apontado como o responsável pelo acidente na rodovia Transbrasiliana (BR-153), que causou a morte de Edna Nabas Soares, de 43 anos, e do enteado Gustavo Henrique de Oliveira da Silva, de apenas 12 anos. Os dois estavam a caminho do casamento da filha de Edna.
Na decisão, publicada nesta quinta-feira (29), o juiz substitui a prisão preventiva em regime fechado pela prisão domiciliar. O idoso permanece detido desde 14 de abril, dia do acidente, quando foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No início de junho, a 1ª Vara Criminal de Marília (SP) marcou a audiência de instrução, debates e julgamento de Wilson Callera para o dia 31 de julho, às 14h45, no primeiro andar do fórum de Marília.
Na ocasião, além do interrogatório do acusado, também haverá oitiva de testemunhas, que precisam ser definidas. Após essa primeira etapa do processo, o juiz irá analisar se o réu será submetido a júri popular ou não.
Ultrapassagem proibida
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Edna Nabas Soares havia saído de São José do Rio Preto (SP), no dia 14 de abril, para assistir à cerimônia de casamento da filha, que ocorreria em Marília no dia seguinte.
Um vídeo, gravado por uma câmera de segurança acoplada a um caminhão envolvido no acidente, registrou a colisão. Nas imagens, é possível ver quando um carro, que seguia em faixa contínua, ultrapassou o veículo em trecho proibido.
Para não bater de frente com o automóvel, o carro onde estavam as vítimas, que vinha no sentido contrário, freou bruscamente. Logo em seguida, Edna perdeu o controle da direção e bateu de frente com o caminhão. Em seguida, o veículo ainda bateu em uma defensa metálica.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a batida foi registrada por volta das 13h30, na altura do quilômetro 227, em trecho sobre a ponte do Rio Tibiriçá.
Edna e o enteado morreram no local. O caminhoneiro não se feriu e permaneceu na via até a chegada das equipes de resgate.
Na data, a filha de Edna, Leticia Soares, havia acabado de se casar no cartório de Registro Civil de Marília, quando recebeu a notícia sobre a morte de sua mãe e do enteado dela, que estavam a caminho da cidade para acompanhar a cerimônia na igreja.
O casamento religioso, marcado para o dia seguinte, foi adiado pelos noivos após a tragédia. Letícia contou que as flores que iriam para a decoração do templo, acabaram utilizadas no velório. "O sonho dela era me ver casar na igreja", disse a noiva, de 23 anos, ao g1.
