Ponto de partida do apagão em 25 estados e no DF em15 de agosto foi desligamento de uma linha de transmissão no Ceará. A partir daí, segundo evento pode ter levado à instabilidade no resto do país. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou na noite desta sexta-feira (16) que 'baixo desempenho' de fontes de geração pode ter levado ao efeito cascata do apagão ocorrido em 25 estados e no Distrito Federal em 15 de agosto.
No relatório preliminar, o ONS já tinha apontado que o primeiro evento que levou à interrupção do fornecimento de energia foi a abertura (desligamento) da linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, localizada no Ceará.
De acordo com o órgão, porém, somente a ocorrência no Ceará não "causaria o impacto visto" no sistema elétrico nacional.
Agora, o operador informou que a "linha de investigação mais consistente" aponta que o desempenho abaixo do esperado das fontes de geração próximas à linha de transmissão no Ceará pode ter desencadeado "todo o processo de desligamentos que aconteceram em seguida".
"Após aprofundar as avaliações sobre os fatos subsequentes ao desligamento da linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, de propriedade da Chesf e considerada o evento zero da ocorrência, foram encontrados sinais de que as fontes de geração próximas a esta linha de transmissão não apresentaram o desempenho esperado no que diz respeito ao controle de tensão", explicou o ONS em nota.
O ONS informou ainda que está testando vários cenários a partir das informações enviadas pelos agentes do setor para tentar chegar às causas do apagão. O intuito do operador é tentar reproduzir, em ambiente simulado, a perturbação do 15 de agosto.
Apagão nacional: sistema de transmissão de energia e diferenças em relação à crise de 2001
Relatório com causas do apagão
O ONS realizou hoje a primeira reunião para a elaboração do Relatório de Análise de Perturbação (RAP).
O RAP é um documento elaborado pelo ONS que consolida as análises do apagão, aponta as suas causas e determina as medidas preventivas e corretivas.
A próxima reunião está agendada para o dia 1º de setembro.
O RAP deve ser concluído em até 45 dias - prazo que, segundo assessoria do ONS, começou a contar em 16 de agosto.