No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,31%, vendida a R$ 4,8687. Cédulas de dólar
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O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (31), em um dia de mercados mais negativos no exterior, devido a dados que mostram que a economia continua enfrentando problemas na China e na Europa.
No Brasil, o cenário político continua pesando, com investidores de olho no Orçamento de 2024, que precisa ser entregue ainda hoje pelo governo. A preocupação é que o país não consiga diminuir o déficit público por conta de dificuldades na arrecadação federal.
Às 09h02, a moeda norte-americana subia 0,22%, cotada a R$ 4,8795. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar encerrou o pregão com alta de 0,31%, vendido a R$ 4,8687. Com o resultado, a moeda passou a acumular:
queda de 0,13% na semana;
alta de 2,96% no mês;
e recuo de 7,75% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
O grande destaque no dia no cenário interno são as discussões políticas sobre o orçamento do governo no próximo ano. De acordo com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o orçamento está equilibrado. No entanto, outros ministros mostram dúvidas sobre as chances do governo conseguir zerar o déficit público em 2024.
Ontem, a ministra do Planejamento Simone Tebet garantiu que o governo enviará ao Congresso Nacional o projeto de lei do orçamento sem previsão de déficit nas contas. Mas, mesmo dizendo que a equipe econômica não discute mudar a meta, afirmou que "o futuro a Deus pertence"
De acordo com o analista de investimentos Vitor Miziara, o problema está em como o governo vai conseguir elevar a sua arrecadação. Ele pontua que medidas como a taxação dos fundos de super-ricos acabam por levar os grandes investidores - que são os responsáveis por colocar os maiores volumes financeiros no país - para investimentos no exterior, fugindo da maior carga tributária por aqui.
Essa movimentação, além da possibilidade de trazer impactos para a arrecadação federal, também acaba por contribuir com a valorização do dólar frente ao real.
Ainda no cenário político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o novo arcabouço fiscal, que era prioridade do governo e traz novas regras em substituição ao teto de gasto.
Já no exterior, as atenções se dividem entre dados dos Estados Unidos que agradaram os mercados e números da China e da Europa que trazem uma maior aversão os riscos e pesam sobre os negócios.
Nos Estados Unidos, o foco fica com os dados de emprego, que indicaram um esfriamento do mercado de trabalho, além de um Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre que também mostrou uma desaceleração.
"Apesar de parecer contraditório, o freio na economia pode indicar a efetividade dos juros mais altos para controlar a inflação, e alimentam expectativas de que o Banco Central não precise mais subir os juros por lá", comenta Antonio Sanches, analista da Rico.
Na China, a situação é outra. A atividade industrial no país apresentou queda pelo quinto mês consecutivo, marcando 49,7 pontos em agosto. Segundo a agência de estatísticas do país, qualquer número abaixo de 50 representa uma contração da economia.
Em entrevista concedida à Reuters, o analista da agência Zhai Qinghe, afirmou que "os resultados da pesquisa demonstram que a demanda insuficiente do mercado persiste como um grande problema enfrentado atualmente pelas empresas".
Segundo Miziara, o mercado já não enxerga que a economia chinesa tenha espaço para continuar em um ritmo forte de contração. Em contrapartida, também não há sinais de quando haverá uma mudança de direção e a atividade voltará a se expandir.
Vale lembrar que a China é a segunda maior economia do mundo e, se o país passa por um período de desaceleração, isso pode gerar um impacto global na cadeia de exportações.
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