No dia anterior, a moeda norte-americana registrou queda de 0,02%, cotada a R$ 5,0529. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, recuou 0,05%, aos 114.004 pontos. Dólar começa o dia em alta.
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O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (20), acompanhando uma maior aversão aos riscos que atinge os mercados em nível global neste pregão. No radar, continua a preocupação com o rumo das taxas de juros nos Estados Unidos, que já estão no maior patamar em duas décadas e podem subir mais.
Além disso, a guerra entre Israel e Hamas, que já chegou ao 14° dia e provoca um aumento de tensões nos Oriente Médio, também pesa sobre os negócios, principalmente por conta do preço do petróleo, que opera em alta.
Veja abaixo o dia nos mercados.
Dólar
Às 09h20, o dólar subia 0,36%, cotado a R$ 5,0710. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou o dia praticamente estável, com leve baixa de 0,02%, vendida a R$ 5,0529, depois de oscilar bastante ao longo do dia. Com o resultado, passou a acumular:
queda de 0,70% na semana;
alta de 0,52% no mês;
recuo de 4,26% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa só começa a opera às 10h.
No dia anterior, o índice fechou com baixa de 0,05%, aos 114.004 pontos, também depois de oscilar muito. Com o resultado, passou a acumular:
queda de 1,51% na semana;
recuo de 2,20% no mês;
ganho de 3,89% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
Um discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), no fim do dia de ontem segue mexendo com os mercados neste pregão.
O dirigente disse que o BC dos Estados Unidos está "procedendo com cuidado" em relação a novos aumentos nas taxas de juros do país, mas destacou que a persistência da pressão inflacionária e o mercado de trabalho resiliente continuam no radar da instituição.
"A fala não trouxe muito fôlego aos investidores, uma vez que Powell destacou a necessidade de uma desaceleração no mercado de trabalho para a volta da inflação à meta – sinalizando que o momento ainda não é de alívio no cenário de juros", explica a chefe de economia da Rico, Rachel de Sá.
Investidores acreditam que, mesmo que o Fed não promova novos aumentos nas taxas nos próximos meses, os juros devem permanecer em patamar elevado por mais tempo que o que era esperado.
Com isso, o rendimento dos títulos públicos americanos - que são atrelados às taxas de juros do Fed - disparou nas últimas semanas, com o título de 10 anos (considerado um dos mais seguros do mundo) ultrapassando, ontem, a faixa dos 5% ao ano, prela primeira vez desde 2007.
Juros mais altos nos Estados Unidos preocupam todo o mundo, principalmente os países emergentes, porque, em momentos de incerteza, os investidores migram para os ativos que oferecem maior segurança, beneficiando o dólar e a renda fixa americana em detrimento de outras moedas e mercados de risco.
Esse cenário de cautela é reforçado pela guerra entre Israel e Hamas. Segundo Rachel, o anúncio de alívio nas sanções americanas contra o petróleo venezuelano não foi o suficiente para reverter preocupações sobre oferta da commodity no mundo.
"A percepção é de que, após anos de baixo investimento no país latino-americano, a capacidade de produção fique aquém do esperado", pontua a economista.