O Banco Central avaliou nesta terça-feira (7) que aumentou a incerteza sobre as contas públicas diante da discussão recente sobre a mudança da meta fixada para o ano de 2024 - de déficit zero. O que já vem pressionando as taxas de juros futuras - que servem de base para os empréstimos bancários.
A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia brasileira foi reduzida de 12,75% ao ano para 12,25% ao ano. Este foi o terceiro corte seguido na taxa Selic, que começou a recuar em agosto deste ano.
A instituição também acrescentou que o "esmorecimento" (desânimo, abandono) no esforço de reformas estruturais e, também, da disciplina fiscal, ou seja, relativa às contas públicas, em conjunto com outros fatores, têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia.
Isso, por sua vez, teria "impactos deletérios" (danosos) sobre a potência da política de juros para o controle da inflação e, consequentemente, sobre o "custo de desinflação em termos de atividade" - ou seja, sobre o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e sobre o emprego.
De acordo com o Banco Central, a taxa de juros real neutra da economia, referência fundamental na formulação da definição dos juros básicos (Selic) para conter a inflação, pode ser definida como aquela consistente, no médio prazo, com inflação na meta definida pelo governo e crescimento possível da economia sem gerar pressões inflacionárias.