O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (5) que o processo de queda da inflação no Brasil ainda não está "ganho", mas encaminhado.
E acrescentou que as contas públicas ainda estão "desancoradas" em relação às metas propostas, e que é preciso passar um recado que elas serão equilibradas.
"O fiscal está desancorado, e a expectativa de inflação um pouco acima da meta [para os próximos anos]. A gente precisa trabalhar em conjunto para que melhore as expectativas para frente. É importante fazer o dever de casa, passar uma mensagem de consolidação fiscal, que estamos trabalhando juntos o fiscal e monetário. Foi um ano melhor que o esperado. É preciso um recado que o fiscal está em equilíbrio", declarou Campos Neto.
A declaração foi dada na Frente Parlamentar do Empreendedorismo, no mesmo dia em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad pediu que o Banco Central que siga "fazendo seu trabalho", em uma alusão ao processo de corte da taxa básica de juros da economia.
Contas públicas
O controle das contas públicas é uma atribuição da área econômica do governo federal, que é liderado pelos Ministérios da Fazenda, sob o comando de Haddad, e do Planejamento, chefiado pela ministra Simone Tebet.
No mês passado, o governo elevou sua projeção para o déficit das suas contas para R$ 177,4 bilhões neste ano. No começo do ano, a área econômica buscava um rombo próximo de R$ 100 bilhões em 2023.
Para o próximo ano, o governo propôs, na nova regra para as contas públicas e no orçamento federal, zerar o déficit das contas públicas. Para isso, tem proposto medidas de aumento de arrecadação.
Em pesquisa realizada na semana passada pelo Ministério da Fazenda com o mercado financeiro, a projeção é de que as contas do governo registrem um rombo de R$ 90,2 bilhões no próximo ano.