O candidato a deputado estadual Thiago Zani, que tem domicílio eleitoral em Marília (SP), foi vítima de extorsão e roubo em São Paulo. Ao menos um suspeito foi preso em flagrante na quarta-feira (7).
A vítima contou à polícia que ficou em dois diferentes cativeiros na capital paulista e que os bandidos tinham o objetivo de roubar dinheiro de campanha, de acordo com o boletim de ocorrência.
Ainda segundo o registro policial, Thiago disse que foi sequestrado na noite de terça-feira (6). O caso, porém, foi registrado como extorsão e roubo qualificado pelo uso de arma e privação de liberdade da vítima.
A Polícia Militar foi chamada para atender a uma ocorrência na Rua Pavão, localizada no bairro de Perus, inicialmente informada como roubo.
Thiago foi localizado após sua soltura e disse que os bandidos exigiram valores, cartões bancários, seus dois celulares, notebook e carro, que foi encontrado próximo do primeiro cativeiro, alvo de um incêndio, que foi controlado antes da destruição total do veículo.
Segundo o BO, a vítima não soube dizer o valor movimentado de sua conta bancária, acreditando que foram cerca de R$ 500, mas os bandidos sabiam que ela era candidata a deputado estadual e queriam o dinheiro da campanha.
Thiago disse que foi rendido pelos criminosos após ser atraído por uma mulher que entrou em contato pelo WhatsApp se colocando à disposição para ajudar na campanha eleitoral dele. O candidato contou que foi até lá para levar material de campanha.
A equipe da PM conseguiu identificar o endereço do cativeiro, no bairro Jaraguá, onde estava o suspeito, cujas características batiam com a descrição feita pela vítima. Ele negou participação no crime, mas acabou reconhecido pelo próprio candidato. Thiago disse que ele era o mais violento.
O local foi periciado, assim como o veículo, para auxiliar na investigação dos demais envolvidos. Segundo o registro policial, o segundo cativeiro para onde Thiago foi levado antes de ser solto não foi descoberto.
Entrevista
Em entrevista ao g1, a vítima disse que estava em São Paulo para participar da gravação de um podcast e decidiu levar pessoalmente material de campanha para uma pessoa que entrou em contato após um chamado por apoiadores em suas redes sociais.
Ele disse ainda que apanhou dos bandidos, inclusive com uma enxada utilizada para cavar o que seria sua cova. Os advogados da vítima vão tentar reenquadrar a natureza do crime para tortura, segundo disse.
"Quando os bandidos viram que não tinha dinheiro na conta de campanha, e poucas quantias nas minhas contas pessoais, disseram que iriam me matar e me levaram para o segundo cativeiro, mas eu os convenci a me soltarem", contou.
Segundo Thiago, há suspeitas por parte da Polícia Civil de que se trata de uma quadrilha especializada em extorquir pessoas e mantê-las em cativeiro após serem atraídas em diferentes tipos de golpes.