É o pior resultado desde março de 2022. Setor industrialFoto/divulgaçãoO índice que mede a confiança da indústria do FGV IBRE caiu 3,8 pontos em outubro, para 95,7 pontos, pior resultado desde março de 2022. É a segunda queda consecutiva do indicador.“Há uma piora das avaliações sobre a situação atual influenciada por uma percepção de redução da demanda interna e externa, aumento do nível de estoques e ainda dificuldades na obtenção de insumos por alguns segmentos. Além disso, há uma piora das expectativas que pode estar relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro que considera uma inflação acima da meta para 2023 e por isso uma política mais contracionista”, comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.Houve queda da confiança em 17 dos 19 segmentos industriais monitorados. O índice de situação atual recuou 4,5 pontos, para 96,4 pontos, menor nível desde julho de 2020 (89,1 pontos), período em que o Brasil ainda estava em lockdown. O índice de expectativas caiu 3,0 pontos para 95,0 pontos, pior resultado desde março deste ano (94,9 pontos).Entre os quesitos que integram o índice de situação atual, o indicador que mede o nível dos estoques foi o que mais influenciou negativamente o resultado ao cair 6,8 pontos, para 103,2 pontos, pior resultado desde abril de 2022 (103,9 pontos). Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). Isso pode estar ligado a uma percepção de queda na demanda - o Indicador que mede o nível de demanda recuou 3,4 pontos para 98,1 pontos, pior resultado desde março deste ano (96,2 pontos). A percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios também piorou ao recuar 3,0 pontos para 94,6 pontos, menor nível desde março (91,9 pontos).Já entre os quesitos que medem as expectativas, todos tiveram piora, mas o que mais influenciou foi o indicador que mede a tendência dos negócios para os próximos seis meses, que caiu 6,2 pontos para 92,3 pontos, mantendo-se abaixo dos 100 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).No horizonte mais curto de três meses, as perspectivas sobre emprego apesar de menores ainda se mantêm no terreno otimista. O indicador que mede o emprego previsto cedeu 2,7 pontos para 101,8 pontos, retornando ao mesmo nível de maio de 2022.