O inquérito policial que apurou as causas da morte do idoso encontrado com sinais de tortura dentro de sacos plásticos, em Marília (SP), foi concluído e as irmãs suspeitas de assassinar a vítima, identificada como Donizeti Rosa, foram indiciadas por homicídio. O caso ocorreu no dia 09 de novembro.
De acordo com informações da Polícia Civil, o laudo necroscópico e a coleta de depoimentos de testemunhas que tiveram contato com a vítima e com as indiciadas possibilitaram concluir que o idoso foi morto por meio cruel, o que qualificaria o crime de homicídio.
Durante as investigações, também ficou constatado que a vítima, de 60 anos, era pessoa debilitada e que não tinha condições mínimas de se defender, uma vez que uma das indiciadas confessou ter feito agressões físicas contra o idoso momentos antes do óbito.
Além disso, a apreensão do cartão bancário da vítima com as indiciadas, mesmo após o encontro do corpo, indica que elas tentariam continuar os saques da conta bancária, podendo, inclusive, causar prejuízos ao INSS, pois o falecido era aposentado.
Wania Santos Silveira e Andrea Santos Silveira de Sousa, vindas de Minas Gerais, eram cuidadoras do idoso e tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça por 30 dias no dia 10 de novembro. Elas foram encaminhadas para a Penitenciária Feminina de Pirajuí (SP), onde continuam presas.
As mulheres, de 49 e 52 anos, são as principais suspeitas do homicídio e foram detidas pela Polícia Militar um dia após o corpo ter sido encontrado. A princípio, elas negaram o crime. No entanto, uma câmera de segurança no centro de Marília registrou as duas arrastando o saco com o corpo.
O delegado Luís Marcelo, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), confirmou que, quando a PM chegou ao local onde o corpo de Donizeti Rosa, natural de Gália (SP), foi encontrado, a equipe suspeitou das duas mulheres e as encaminhou à delegacia.
Segundo a Polícia Civil, as imagens mostram ainda as suspeitas chegando ao prédio em um carro no período noturno, mas o motorista se recusa a colocar o saco no veículo, o que pode explicar o corpo abandonado em plena região central.
Em depoimento, o motorista afirmou que as suspeitas contaram que no embrulho tinha material de macumba. Diante disso, ele desistiu, recusou a corrida e foi embora.
Para despistar sobre o caso, as duas cuidadoras chegaram a acionar a Polícia Militar para ir ao local, após alegarem terem sido vítimas de um suposto roubo.
Ainda em meio às investigações, os policiais da DIG constataram saques recentes da conta do idoso, no valor aproximadamente de R$ 25 mil.
Para a polícia, o idoso foi morto dentro de um apartamento em um prédio que fica a cerca de 20 metros do local onde o corpo foi encontrado. Segundo o delegado, a dupla atuava como cuidadora do idoso e morava com ele havia cerca de um ano.
No local do crime, após a perícia, a polícia encontrou vestígios de sangue. Já nas bolsas das suspeitas foram encontrados materiais que estavam envoltos no corpo, como fitas.
A causa da morte do idoso ainda não foi divulgada. Há suspeitas de que a vítima morreu aproximadamente 10 dias antes de ser encontrado.