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Economia

Confederação do comércio diminui previsão de contratações temporárias no final de ano


Previsão anterior era de 109,6 mil vagas, que caiu para 98,8 mil com o encarecimento do crédito e aumento da inadimplência. País deve ter 680 mil vagas para temporários, mais da metade na indústria

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) diminuiu a previsão de abertura de vagas temporárias no final de ano para atender às vendas no varejo. O número caiu com o recuo na previsão de aumento de vendas no Natal. Assim, se antes a previsão era de 109,6 mil, agora são 10,8 mil vagas a menos - 98,8 mil no total.

Entre os motivos destacados pela confederação estão o encarecimento do crédito e o aumento da inadimplência.

Ainda que tenha havido uma revisão dos números para baixo, o número é 1,8% maior do que as contratações para a mesma data do ano passado e 48% acima das vagas criadas no atípico Natal de 2020.

A CNC passou a projetar taxa de efetivação dos temporários de 9,1% - menor que o índice de 11,3% previsto anteriormente - após o Natal de 2022. A nova taxa é bem menor que a do ano passado, quando o varejo efetivou 14,9% dos contratados.

"A manutenção dos juros básicos da economia em patamar elevado por mais tempo tenderá a desfavorecer a aceleração das vendas no início de 2023, reduzindo, assim, o dinamismo no mercado de trabalho do setor", informa Fabio Bentes, economista da CNC.

Segundo a entidade, após o Natal de 2021, o varejo ainda estava repondo as vagas que haviam sido fechadas nas duas primeiras ondas da pandemia, de modo que boa parte dos contratados após a principal data do varejo relacionava-se à recomposição dos quadros do setor. Além disso, ao contrário de 2021, a perspectiva de crescimento econômico para o ano seguinte é menor ao final de 2022 do que era um ano atrás.

Regionalmente, São Paulo (26,32 mil), Minas Gerais (11,1 mil), Paraná (8,15 mil) e Rio de Janeiro (7,84 mil) oferecerão a maior parte das vagas.

As previsões da CNC são baseadas em aspectos sazonais das admissões e desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

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Mais contratações em hiper e supermercados

A maior oferta de vagas (42,2 mil ou 43% do total) ocorrerá nas lojas de hiper e supermercados. Em seguida, tendem a se destacar as lojas de vestuário, calçados e acessórios (22,4 mil ou 23% do total) e estabelecimentos especializados na venda de artigos de uso pessoal e doméstico (13,7 mil ou 14% do total).

Outro segmento com maior número de vagas é livrarias e papelarias, com 8,3 mil vagas.

Maiores salários em lojas de comunicação e informática

O salário médio de admissão deverá alcançar R$ 1.626, avançando 2,5% em termos nominais (sem contar a inflação), na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a remuneração média ficou em R$ 1.587.

Os valores mais altos, de R$ 2.354, devem ser pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação, seguidas pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos, que deve pagar em torno de R$ 1.821.

Contudo, esses segmentos respondem por apenas cerca de 2% das vagas totais a serem criadas.

Alta de 1,2% nas vendas de Natal

A previsão da CNC é que haja aumento de 1,2% (descontada a inflação) nas vendas de fim de ano no varejo, menor que a previsão anterior de 2,1%.

Segundo estimativa da CNC, o Natal de 2022 deverá movimentar R$ 65,01 bilhões em vendas, fazendo o setor experimentar o primeiro aumento real de vendas após dois anos de perdas na sua principal data comemorativa sem, no entanto, igualar o volume de vendas de 2019 (R$ 67,55 bilhões).

"O encarecimento do crédito e o comprometimento da renda média com dívidas tendem a frear a expansão das vendas neste ano. Segundo o Banco Central, a taxa média de juros praticados nas operações de crédito livres destinadas às pessoas físicas se encontra no maior patamar desde o primeiro trimestre de 2018. Adicionalmente, ao cabo do terceiro trimestre, o comprometimento da renda média atingiu o maior patamar da série histórica disponibilizada pela própria autoridade monetária, iniciada em 2005 (28,71%)", informa Bentes.

O ramo de hiper e supermercados deverá ser o destaque, respondendo por 38,6% (R$ 25,12 bilhões) do volume total, seguido pelos estabelecimentos especializados na comercialização de itens de vestuário, calçados e acessórios (33,9% do total ou R$ 22,03 bilhões) e pelas lojas especializadas na venda de artigos de usos pessoal e doméstico (12,6% ou R$ 8,19 bilhões).

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