Lula fez agradecimento durante apresentação do relatório da transição. PEC foi aprovada pelo Congresso e eleva teto de gastos para garantir pagamento de R$ 600 do Bolsa Família. Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva faz pronunciamento no CCBB, em Brasília, sede do governo de transiçãoReproduçãoO presidente eleito Lula (PT) fez um agradecimento público nesta quinta-feira (22) aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de líderes partidários, pela aprovação da PEC da Transição.Lula fez o agradecimento durante um pronunciamento no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde acompanhou a apresentação do relatório final da equipe de transição de governo."Eu queria começar o dia de hoje agradecendo. [...] Agradecendo ao presidente do Senado, ao presidente da Câmara, aos líderes dos partidos políticos, ao líder do governo, aos senadores e ao líder no Senado a aprovação da PEC ontem. Eu acho que é a primeira vez que um presidente da República [...] começa a governar antes da posse", declarou Lula."Tivemos a responsabilidade de fazer uma PEC. Todo mundo sabia que a PEC não era nossa, essa PEC era para cobrir a irresponsabilidade do governo que vai sair, que não tinha colocado dinheiro necessários para atender às pessoas", acrescentou o presidente eleito.A PEC foi aprovada pela Câmara e pelo Senado e promulgada nesta quarta (21) pelo Congresso Nacional. Entre outros pontos, a proposta eleva o teto de gastos em R$ 145 bilhões.O governo eleito argumentou que a medida era necessária para pagar os R$ 600 mensais do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família) mais R$ 150 por família com criança até seis anos. O governo eleito argumentou que a medida era necessária porque o orçamento do governo Bolsonaro garantia R$ 400.Lula recebe das mãos de Alckmin o relatório final da equipe de transição de governoRicardo StuckertConclusões da transiçãoVeja abaixo algumas das conclusões às quais chegou a equipe de transição de governo.As conclusões foram apresentadas pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da transição:EDUCAÇÃONa sequência, Geraldo Alckmin, coordenador da transição, apresentou dados sobre diversas áreas analisadas pela equipe.Ele disse que, na área da educação, houve "enormes retrocessos"."Aprendizagem diminuiu, a evasão escolar aumentou. Os recursos para essenciais, como merenda escolar, ficaram congelados em R$ 0,36, e tivemos quase um colapso dos institutos e das universidades", disse o vice-presidente eleito.SAÚDEEm relação à área de saúde, Alckmin destacou a queda na vacinação e o alto índice de mortes por Covid-19."50% não tomaram dose de reforço de poliomielite. Poliomielite mata e deixa sequela. Aliás, três coisas mudaram o mundo: água tratada, vacina e antibiótico. Há um grande desafio pela frente na saúde. A má condução da saúde fez com que o brasil tendo 2,7% da população mundial tivesse quase 11% das mortes por Covid, nessa pandemia mundial. Fico feliz, como médico, de ver que na PEC Social, a PEC da vida, os recursos mais expressivos estão na área de saúde", disse sobre a PEC da Transição.VIOLÊNCIASobre segurança pública, Alckmin afirmou que a política armamentista de Jair Bolsonaro pode ter relação com o aumento do feminicídio."A distribuição absurda de armas na mão das pessoas levou infelizmente a um recorde de morte de mulheres, o feminicídio. Tivemos em 6 meses 700 mortes feminicídio e por arma de fogo", declarou.CULTURASegundo Alckmin, a equipe de transição constatou queda nos recursos para a cultura."Na cultura tivemos redução de quase 90% de recursos para cultura. Cultura e economia criativa é emprego na veia, distribuidora de renda", afirmou.HABITAÇÃOAlckmin disse que a gestão Bolsonaro diminuiu repasses para o programa Minha Casa, Minha Vida – de construção de moradias populares para pessoas de baixa renda."Na habitação [...], praticamente zerou a faixa 1, que é a mais importante do ponto de vista social, são aqueles que ganham menos de R$ 1,8 mil. Se tirou praticamente da possibilidade de casa própria as famílias de baixa renda", declarou.MEIO AMBIENTEO vice-presidente eleito também destacou o aumento do desmatamento, em especial na Floresta Amazônica."Na questão do Meio Ambiente, tivemos aumento de 59% do desmatamento na Amazônia entre 2019 e 2022. E, nas últimas semanas, 30 dias, 1.216% de aumento nas queimadas. Uma devastação das florestas, não por agricultores, mas por grileiros de terra. Quando o grande desafio do mundo é a questão de combater a questão das mudanças climáticas", declarou.