Projeções das autoridades em dezembro mostraram quase unanimidade sobre o rumo dos juros em 2023, com formuladores de política monetária esperando o ciclo atual terminar com a taxa em torno de 5,25% ou 5,5%. Federal ReserveBrendan McDermid/ReutersO Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) encerrou 2022 com uma promessa firme em sua reunião de política monetária de dezembro de que os juros continuarão subindo este ano, mas a um ritmo mais lento e talvez apenas por mais 0,75 ponto percentual.A ata da próxima reunião, que será divulgada às 16h nesta quarta-feira (4), pode fornecer mais informações sobre como a fase final do atual ciclo de aperto monetário se desenvolverá e o quanto as autoridades do Fed estão começando a avaliar os riscos para o crescimento econômico diante de sua principal preocupação, a inflação alta.O tom geral da ata deve mostrar que a inflação ainda tem a maior atenção entre as autoridades. Ela vem desacelerando há vários meses, mas em novembro o indicador de inflação preferido do Fed, o índice PCE, permanecia subindo a uma taxa anual de 5,5%, mais que o dobro da meta de 2% do banco central norte-americano.A ata "se inclinará contra o afrouxamento prematuro" e manterá o foco na probabilidade de que os juros subam ainda mais e permaneçam altos, escreveu Derek Tang, economista da LH Meyer, na terça-feira.Mas os detalhes do documento, com suas descrições de diferentes pontos de vista e os tamanhos aproximados dos grupos de autoridades que os defendem, podem mostrar que as deliberações internas do Fed entram em uma nova fase em que os riscos ao crescimento econômico e ao emprego ganham mais peso.As projeções das autoridades do Fed divulgadas em 14 de dezembro mostraram quase unanimidade sobre o rumo dos juros em 2023, com 15 dos 19 formuladores de política monetária esperando que a taxa de juros suba 0,75 p.p. ou 1 p.p. acumulado nos próximos meses - uma faixa estreita que veria o ciclo atual terminar com essa taxa em torno de 5,25% ou 5,5%.Mas, para 2024, as projeções divergem dramaticamente, com uma autoridade vendo a taxa de juros continuar em 5,625% e outra vendo-a reduzida para 3,125%, em uma economia que ainda pode estar flertando ou atravessando uma recessão."O Fomc parece unido em ter a taxa acima de 5%, mas está bastante dividido na estratégia de saída; quanto tempo manter e com que profundidade e rapidez aliviar do outro lado", escreveu Tang, referindo-se ao Comitê Federal de Mercado Aberto, que define a política monetária do banco central.