Entidade de defesa do consumidor quer saber se compras serão afetadas. Vista parcial interior das Lojas Americanas do Shopping Iguatemi, zona sul da cidade de São Paulo.Mônica Zarattini/Estadão Conteúdo/ArquivoApós o anúncio do rombo contábil de R$ 20 bilhões nos balanços da Americanas, o Procon-SP notificou a empresa questionando sobre os impactos desse problema para os consumidores.Além de informar até que ponto ficam comprometidas as compras efetuadas pelos consumidores e detalhar quantas pessoas serão afetadas, a Americanas deverá esclarecer se as reclamações dos últimos 90 dias na plataforma do Procon-SP tem relação com os problemas noticiados e, em caso positivo, qual o plano de ação da empresa para solução.No ano passado, o grupo teve quase 9,5 mil queixas registradas por consumidores que tiveram problemas com suas compras, informou o Procon-SP.A Americanas tem até o próximo dia 17 para responder aos questionamentos do Procon-SP.O g1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da empresa pedindo um posicionamento sobre o assunto e aguarda resposta.LEIA TAMBÉM:Americanas desaba na bolsa após descoberta de rombo de R$ 20 bilhões; entenda o casoDe lojinha de rua a império varejista: veja histórico da Americanas no paísAmericanas tem a maior queda de uma empresa na bolsa brasileira desde 2008Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil, perde US$ 329 milhões em um dia com ações da AmericanasEntenda o que aconteceu com a AmericanasA Americanas publicou um fato relevante na última quarta-feira (11), dizendo que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões, nas primeiras estimativas.Em outras palavras, a empresa percebeu que o valor bilionário — que é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores — não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa.O documento divulgado pela companhia não traz muitos detalhes sobre o que de fato foi encontrado nas contas, mas esclarece que a área contábil detectou "a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem (R$ 20 bilhões), nas quais a companhia é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta de fornecedores nas demonstrações financeiras".Para se ter uma ideia, um levantamento de Einar Rivero, da TradeMap, mostra que o volume do rombo de R$ 20 bilhões é equivalente ao valor de mercado da Magazine Luiza, que até o fechamento do pregão desta quarta valia R$ 20,20 bilhões, e da Lojas Renner, de R$ 20,22 bilhões.A Americanas disse que ainda não é possível determinar todos os impactos do rombo na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia. Em contrapartida, a empresa afirmou estimar que "o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial".Assim, o rombo teria apenas um efeito contábil, e não financeiro. Caso fosse financeiro, haveria saída de dinheiro do caixa da companhia.O ex-presidente da empresa fez uma videoconferência nesta quinta para explicar mais detalhes do ocorrido. Rial disse que "a primeira grande conclusão é que não estamos falando de um número que está fora do balanço. Só que ele não está registrado de forma apropriada ao longo dos últimos anos"."A empresa segue vendendo, ela é absolutamente viável. Tem um nível de dívida incompatível para que possa prosseguir, portanto a capitalização tem que ocorrer. E os acionistas de referência permanecem comprometidos com o futuro da companhia", afirmou, se referindo a Lemann e seus sócios na 3G Capital.Raio-X da Americanasg1