Uma audiência para ouvir os depoimentos do deputado estadual Vinicius Camarinha (PSDB) e seu pai, Abelardo Camarinha (Podemos), na ação originária da Operação Miragem, será realizada às 14h desta quarta-feira (8), no Fórum da Justiça Federal em Marília (SP).
Ambos são réus, junto com outras sete pessoas, no processo que trata sobre suposta falsidade ideológica, com base em delação premiada e outras provas.
Os políticos, pai e filho que já foram prefeitos de Marília, são apontados como os verdadeiros donos do grupo Central Marília Notícias (CMN), com uso de laranjas, além de uso político dos veículos de comunicação.
Investigação da Polícia Federal apurou as supostas fraudes no conglomerado que era composto por duas rádios eo jornal Diário de Marília, lacrado em janeiro de 2017, ano seguinte à primeira fase da Operação Miragem.
Os réus já participaram de audiência no dia 2 de fevereiro, na 2ª Vara Federal de Marília, sob o comando do juiz Ricardo William Carvalho dos Santos.
As testemunhas de defesa e de acusação foram ouvidas na ocasião. Em seguida, foi determinado o encerramento da sessão, devido "ao avançar da hora", ficando designado o interrogatório dos réus para somente para esta quarta-feira.
Em nota, Vinicius e Abelardo informaram que a operação "trata-se de uma armação política organizada pelos adversários políticos, que essa ação não possui qualquer lastro com a realidade e, ao fim do processo, a verdade estará restabelecida".
A Justiça Federal de Marília recebeu da denúncia principal da Operação Miragem em 2019.
A operação
No início de 2017, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados em Marília durante segunda fase da operação. Na ocasião, os agentes suspenderam as atividades do jornal impresso que funcionava no mesmo local onde duas rádios haviam sido fechadas cinco meses antes.
Em maio do mesmo ano, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou ex-prefeito Vinicius Camarinha por usar "laranjas" para ocultar propriedade de meios de comunicação. Seu pai, Abelardo Camarinha, também foi denunciado.
O MPF pediu fossem aproveitados os atos já adotados pelo Tribunal Regional Federal, onde o caso tramitou até novembro de 2018 até ser redistribuído por perda do foro privilegiado para o ex-deputado Abelardo Camarinha.
Com o processo principal já tramitam ou tramitaram ao menos outros oito procedimentos específicos sobre lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e coação contra a testemunha Sandra Mara Norbiato, que fez uma delação. Ela não está incluída na denúncia.