Representantes sindicais demonstraram preocupação com o destino dos mais de 40 mil funcionários da Americanas durante o processo de recuperação judicial. Foto de 13 de janeiro de 2023 de unidade das Lojas Americanas no Centro do Rio de JaneiroMauro Pimentel/AFPO Ministério Público do Trabalho (MPT) realizou a primeira sessão de mediação entre a Americanas e centrais sindicais para amenizar efeitos trabalhistas da crise na empresa. Os trabalhos foram coordenados pelo subprocurador-geral do Trabalho Francisco Gérson de Lima e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT).O MPT instaurou o procedimento de mediação neste mês, depois que os representantes dos trabalhadores demonstraram preocupação com os mais de 40 mil funcionários da Americanas durante o processo de recuperação judicial. A empresa, que tenta sanar dívidas de R$ 43 bilhões, reiterou um compromisso firmado pela Americanas em reunião com os sindicatos de não realizar grandes demissões até a aprovação do plano de recuperação judicial. A apresentação está prevista para o dia 20 de março.Os sindicatos pedem que o eventual plano de reestruturação trabalhista seja antecipado às entidades para avaliação e que demissões sejam sempre homologadas."O cenário existente sugere que o enfrentamento dialogal, sincero e transparente entre as Instituições públicas, a empresa e os sindicatos é a melhor forma de conduzir a questão", disse em nota Gérson de Lima, do MPT.LEIA TAMBÉM: Americanas interrompe contratos com fornecedores e encerra serviço de televendasDE R$ 20 BILHÕES PARA R$ 43 BILHÕES: Entenda a dívida da AmericanasAMERICANAS: Veja o glossário do caso e entenda termos como "forfait", "covenants" e "debêntures"ENTENDA: O que é recuperação judicial?G1 Explica: o rombo nas contas das Lojas AmericanasEntenda o casoA Americanas viu suas ações derreterem no mercado acionário e enfrenta uma série de processos de investigação após o escândalo contábil reportado pela companhia no mês passado, quando descobriu "inconsistências em lançamentos contábeis" da ordem de R$ 20 bilhões.A notícia deixou o mercado em polvorosa e fez com que o então presidente da companhia, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, deixassem a empresa menos de 10 dias após serem empossados.A empresa entrou com pedido de recuperação judicial, que foi aceito no mesmo dia pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. A empresa está, agora, no chamado "prazo de blindagem", um período de 180 dias no qual todas as suas dívidas ficam suspensas.Ainda em janeiro, a companhia pediu, nos Estados Unidos, a extensão do pedido de proteção contra credores, para suspender os pagamentos devidos naquele país.Recentemente, a empresa também encerrou o serviço de vendas por telefone e interrompeu uma série de contratos com fornecedores terceirizados, e pediu à Justiça que as concessionárias de energia e telecomunicações fiquem impedidas de suspender os serviços prestados às Americanas – que atrasou seus pagamentos às mesmas.VÍDEOS: notícias de Economia