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Economia

Banco do Brasil espera gerar R$ 1,5 bilhão em negócios na Agrishow; taxa de juros pode dificultar crédito


Produtores rurais aguardam divulgação das condições do Plano Safra do governo federal. Comitê de Polícia Monetária (Copom) se reúne nesta semana para debater a Selic, atualmente em 13,75%. Estande do Banco do Brasil na Agrishow 2022 em Ribeirão Preto

Carlos Trinca/EPTV

Apesar do impasse envolvendo o patrocínio do Banco do Brasil na Agrishow, principal feira de tecnologia para o agronegócio do país que começa nesta segunda-feira (1º) em Ribeirão Preto (SP), a instituição espera gerar R$ 1,5 bilhão em negócios durante o evento até sexta-feira (5). O montante, no entanto, é 28,5% menor do que o registrado em 2022, quando balanço oficial fechou em R$ 2,1 bilhão.

O vice-presidente de Negócios de Atacado e Agronegócios do Banco do Brasil, Francisco Lassalvia, diz que toda demanda solicitada deverá ser atendida.

“O apoio do Banco do Brasil ao agronegócio brasileiro resulta na geração de negócios, renda para o produtor rural e fomento à toda a cadeia de valor do agro. E na Agrishow iremos fortalecer essa parceria histórica com o setor gerando mais um capítulo de sucesso com novos recordes em negócios prospectados”, afirma.

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Historicamente, o banco é um dos principais fomentadores do setor no país. Em balanço divulgado na última sexta-feira (28), até o dia 19 de abril, o Banco do Brasil liberou R$ 154 bilhões para a safra 2022/23, crescimento de 29% na comparação com o mesmo período da safra 2021/22.

Segundo o banco, 70% dos contratos realizados são com agricultores familiares, por meio do Pronaf e com médios produtores adeptos ao Pronamp.

Visitantes lotam estande de expositora na Agrishow 2022 em Ribeirão Preto, SP

Érico Andrade/g1

Juros altos e o impacto no agro

Com a Selic em 13,75%, uma das saídas para o produtor rural conseguir fugir dos juros de mercado é o Plano Safra, liberado anualmente pelo governo federal por meio das instituições financeiras credenciadas, como Banco do Brasil, bancos privados e cooperativas.

O programa tem vigência de 1 de julho até o 30 de junho do ano seguinte, mas até agora o Ministério da Agricultura e Pecuária não divulgou quais serão as condições para o crédito em 2023/2024.

Com ou sem a definição do Plano Safra, os juros altos podem influenciar diretamente as negociações na Agrishow, de acordo com Felipe Borba, assessor de investimentos da RP Capital.

“Quando você pensa no Plano Safra, que trabalha com juros que variam de 5% a 8%, são taxas excelentes perto das que são praticadas no mercado, mas ainda são altas. Então quando a Selic é alta, o custeio também acaba sendo mais alto”, afirma.

Pulverizador gigante para lavouras chama atenção de visitantes da Agrishow 2022 em Ribeirão Preto, SP

Érico Andrade/g1

Borba acredita que um dos motivos para o governo ainda não ter apresentado as condições do plano 2023/2024 é a expectativa para a reunião nesta semana do Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central, na terça-feira (2) e na quarta-feira (3).

“Se o juro é pré-fixado [no caso dos empréstimos], mesmo que a Selic venha a cair, o produtor não será beneficiado porque a taxa já foi travada, afirma.

O assessor explica que a alta dos juros impacta não só a tomada de crédito do agricultor, mas também acaba estagnando a economia, desde o produtor rural até o consumidor final, aquele que compra a comida na prateleira do mercado.

“A classe do produtor rural toma muito crédito. Quanto menor for a taxa, maior a chance de investir para ter mais produtividade, comprar maquinário. Tudo isso envolve uma cadeia de insumos enorme: sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas, máquinas, indústria. Tudo gira de uma forma mais rápida quando o juro está baixo.”

Embora o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tenha registrado crescimento de 2,9% em 2022, a agropecuária registrou queda de 1,7%. O resultado negativo, segundo especialistas, se deve principalmente à soja, principal produto da lavoura brasileira, que teve estimativa de queda de produção de 11,4%, impactada por efeitos climáticos adversos.

Colheitadeira de café exposta na Agrishow 2022 em Ribeirão Preto, SP

Érico Andrade/g1

Possibilidade de mudança

Na semana passada, o boletim Focus divulgado pelo Banco Central elevou de 0,9% para 0,96% a estimativa de crescimento da economia brasileira para 2023.

O especialista em investimentos diz que quanto maior a taxa de juros, menor deve ser o crescimento do PIB, ou seja, o giro da economia.

“Quando você tem tarifas muito altas, existe a ausência do incentivo para investir, ou seja, os empresários preferem deixar o dinheiro aplicado do que, de repente, abrir uma empresa ou um negócio. Isso faz com que a economia deixe de girar, não gera empregos e o consumidor final tem menos acesso ao dinheiro. Então o reflexo dessas taxas muito altas reflete em tudo, desde o agricultor até a dona de casa”.

Porém, os resultados mais recentes da inflação no país podem começar a dar sinais de mudança no panorama.

“Como a inflação de março apresentou índice abaixo do esperado [+0,71%] e os indicadores da primeira quinzena de abril também tiveram baixa [+0,57%], há uma perspectiva de que a taxa Selic tenha queda até o final de 2023, finalizando em 12,5%. Ainda é alta, mas é um começo de queda”, afirma.

Leia mais notícias da Agrishow 2023 no g1 Ribeirão e Franca

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