Moradores da região de Marília (SP) que dependem do Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Medex) relatam atrasos no recebimento de medicamentos e insumos garantidos por decisões judiciais. O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília, responsável pelo atendimento em 62 municípios do centro-oeste paulista, incluindo Adamantina, Assis, Ourinhos e Tupã, enfrenta dificuldades na distribuição.
Entre os afetados, Luciana de Almeida Leonildo, mãe de um adolescente com hidrocefalia e paralisia cerebral, possui uma medida judicial para retirada de 200 fraldas mensais, mas relata falta do item desde maio. "Fui informada que seria depositado o valor para compra das fraldas, mas ainda não recebi nada. Estamos devendo quase R$ 2 mil na farmácia", desabafa.
Outro caso é de Mara Lúcia Bissoli, mãe de Maria Luiza, que necessita de um leite especial de alto custo. Sem o fornecimento regular, a família teve que vender móveis para garantir a alimentação da criança. "Conseguimos o leite uma vez pelo sistema, mas depois nunca mais. Estamos contando com ajuda de familiares para manter o tratamento", explica Mara.
O DRS informou que fez remanejamento de fraldas e prevê a entrega de um novo lote do insumo Pregomin, necessário para Maria Luiza, na próxima semana. A Secretaria de Estado da Saúde mencionou que o processo de aquisição de medicamentos envolve licitação, que pode sofrer atrasos, como em casos de pregões desertos.