Flávio Costa treinava o Vasco, mas quis fazer média com os paulistas e mudou a seleção, incluindo a famosa linha média do São Paulo naquela partida: Ruy Campos, Bauer e Noronha. O Brasil fez 1 a 0, num lance no qual, segundo a filmagem da época indica, a bola saiu pela linha de fundo antes de Ademir (do Vasco) cruzar e Alfredo II (do Vasco) balançar as redes do goleiro suíço.
Foi apenas um tropeço. Curiosamente, outro confronto entre as duas seleções em Copas só ocorreu no Mundial da Rússia em 2018. Philippe Coutinho fez 1 a 0, em chute de fora da área, no 1º tempo. Mas, assim como em 1950, a Suíça empatou: Zuber, de cabeça, no 2º tempo. Tite colocou em campo diversos jogadores que mantém no elenco atual, como Alisson, Danilo, Thiago Silva, Casemiro, Neymar e Gabriel Jesus. De lá para cá, enquanto a CBF conservou o mesmo treinador, a Suíça apostou no novo. Trouxe Murat Yakin para o lugar do bósnio Vladimir Petkovic. Mas o time vermelho continua incomodando os grandes. Nas Eliminatórias tirou a Itália da liderança do grupo na última rodada e se classificou para a Copa diretamente, sem a necessidade de passar pela repescagem.
Nesta segunda-feira, a partir das 13 horas (horário de Brasília), o Brasil tem a terceira chance de vencer a Suíça pela primeira vez em Copas. Não é impossível vencê-los. Isso já ocorreu em três amistosos: em 1980 (Brasil 2 a 0, em Cuiabá), em 1983 (Brasil 2 a 1, em Basel) e em 2006 (Brasil 2 a 1, em Basel).
Mas há uma história curiosa. Em 1989, durante uma desastrosa excursão à Europa, a seleção comandada pelo técnico Sebastião Lazaroni já tinha perdido da Suécia (1 a 2), da Dinamarca (0 a 4) e, enfim, da Suíça (0 a 1, gol de pênalti). Essa derrota foi a gota d´água e fez com que a emissora de TV detentora dos direitos dos jogos da seleção brasileira à época desistisse de transmitir a quarta partida do Brasil (um amistoso contra o Milan, que ficou mesmo no 0 a 0).
Como já parece tradição neste mundo globalizado, a Suíça traz três jogadores naturalizados: o goleiro reserva Philipp Köhn, originalmente é alemão, o meia Xherdan Shaqiri, que nasceu no Kosovo (à época ainda parte da Iugoslávia), e o atacante Breel Embolo, que é camaronês.
Sempre que o Brasil jogar contra a Suíça será o favorito, mas a seleção europeia tem sido sempre uma pedra do sapato da equipe canarinho.
E é bom evitar decepções como a que os antigos já tiveram: “Os suíços fizeram o suficiente para a conquista de um resultado estupendo. Para os helvéticos, o empate constitui uma esplêndida vitória e, mais do que isso, o maior feito do futebol da Suíça de todos os tempos”, resumiu o Diário da Noite após o resultado imprevisível de 1950.