Equipe de transição, no CCBB, falou nesta terça sobre os problemas na área de planejamento e orçamento. Coordenador das equipes, ex-ministro Mercadante voltou a citar falta de recursos. O coordenador dos trabalhos da equipe de transição, ex-senador Aloizio Mercadante (PT), afirmou nesta terça-feira (6) que o governo brasileiro deve R$ 5 bilhões a órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Internacional do Trabalho (OIT)."Isso significa que o Brasil será excluído desses fóruns. E é uma dívida pesada, que também não tem previsão orçamentária pro ano que vem", declarou.Membro do grupo de transição, o economista Antonio Corrêa de Lacerda afirmou que as dívidas e o risco de exclusão do Brasil vão "na contramão" das perspectivas do governo eleito para o reposicionamento do país no cenário internacional."Isso vai na contramão de um projeto de inserção internacional, porque o básico que você tem que fazer é cumprir esses compromissos junto a esses órgãos internacionais. A participação do Brasil nesses órgãos internacionais é muito importante para essa nova visão de Estado, visão do planejamento e do próprio desenvolvimento nacional", declarou..Integrante do grupo de trabalho de Planejamento e Orçamento na transição, a economista Esther Dweck afirmou que esse é um passivo que foi se acumulando ao longo dos últimos anos – não necessariamente, apenas no governo Jair Bolsonaro (PL). Esther acrescentou que o governo eleito vai buscar priorizar o pagamento a órgãos multilaterais dos quais o Brasil pode ser excluído por falta de pagamento. É o caso, segundo ela, da Organização Mundial de Comércio (OMC) – onde o Brasil pode perder direito a voto se não regularizar as dívidas."Vamos ver aqueles que estão na iminência de perder, e depois como pagar esse passivo que não vai ser possível no primeiro ano. Olhar onde é mais urgente, coisas que são pequenas mas simbólicas, meio ambiente, e agricultura. Resolver o que está mais urgente", afirmou.Em novembro, o ex-chanceler Celso Amorim foi entrevistado pela GloboNews sobre os desafios do Brasil para se reposicionar no cenário internacional. Confira no vídeo abaixo:Ex-chanceler Celso Amorim fala dos desafios do Brasil no cenário internacionalDívida bilionária com a ONUEm setembro, após levantamento a pedido da BBC News Brasil, a ONU apontou que o Brasil devia US$ 306 milhões, o equivalente a R$ 1,5 bilhão, à organização.Pelas regras da ONU, se um país acumular uma dívida equivalente a dois anos ou mais em relação às suas contribuições regulares, ele pode perder o direito ao voto. O Brasil tem feito alguns pagamentos da dívida para evitar esse cenário.No fim de 2020, por exemplo, Bolsonaro sancionou crédito suplementar de R$ 3,3 bilhões para pagar parte das dívidas com a ONU e com a Organização dos Estados Americanos (OEA), entre outras obrigações internacionais.Presidente sanciona projeto de lei para pagar dívida do Brasil com a ONUGoverno digitalNesta terça, Esther Dweck afirmou que não há recursos na proposta do Orçamento de 2023, encaminhada pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional em agosto deste ano, para o governo digital – ou seja, para os serviços públicos prestados à sociedade pela internet."Em algumas áreas, uma delas o governo digital, o orçamento não acompanhou. O 'gov.br' tem uma série de serviços prestados à população. O orçamento não acompanhou a demanda crescente", disse. Segundo ela, o governo digital é uma forma de aumentar eficiência, melhorar a qualidade do serviço para sociedade. Serviço fundamental para empresas, cidadãos. “Não tem recursos no orçamento do ano que vem para o 'e-gov'", repetiu.