A Associação de Mulheres do Vale do Batatal, criada há sete anos em Alfredo Chaves, se transformou em um exemplo de geração de renda. Elas apostam na união e na autoestima para fortalecer o empreendedorismo da região. Conheça a agroindústria da Associação das Mulheres em Alfredo Chaves
Uma amizade de quatro mulheres de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo, deu início a uma fábrica de pães, bolos e biscoitos tradicionais, que ajuda a movimentar a economia do município. A Associação de Mulheres do Vale do Batatal, criada há sete anos, se transformou em um exemplo de geração de renda com muita autoestima e união.
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Ana Maria Bertholdi, Rita Bubach e Sônia Basseto estão no projeto desde a criação e, juntas, enfrentaram as dificuldades iniciais.
Elas reuniram os materiais que tinham em casa, como fogão, batedeiras e assadeiras, e começaram a produzir as delícias do campo.
Conforme contaram, as vendas eram modestas, enquanto as dificuldades eram muitas. Do grupo, que chegou a ter 15 mulheres, que foram saindo aos poucos, restou as três, que se aliaram ainda à Angélica Bubach, que hoje faz o trabalho de tesoureira.
Produtos feitos por empreendedoras de Alfredo Chaves
TV Gazeta
Mesmo com sacrifício, conseguiram um pedaço de terreno na propriedade de Rita e construíram uma sede da associação. Lá produzem, trabalham, geram renda e guardam muitos sonhos, sendo um exemplo de força feminina no empreendedorismo.
Rita, de 62 anos, é sogra da Angélica, de 27. Para a reportagem, ela afirmou que que sempre trabalhou na roça, mas é a primeira vez que tem um negócio próprio. A produtora ganhou mais autonomia, consegue comprar as coisas que gosta e o serviço, segundo ela, também ajuda a distrair.
“Aqui a gente começa as vezes cedinho e não tem hora, vai até a hora que acabar. Se diverte, tem dia que a gente ri o dia todo aqui dentro.Trabalhava aqui uns 'diazinhos', agora não dá mais, porque aumentou a produção e não dá mais pra trabalhar na roça. Só aqui mesmo. Pretendo chegar a outros lugares, né, Vitória, Guarapari, com mais vendas. A gente espera crescer", afirmou.
Ana Maria, de 57 anos, destaca ainda o clima de amizade no trabalho. De acordo com ela, agora não depende apenas do marido. Por ter três filhos e seis netos, consegue, por exemplo, presentá-los e garantir um passeio em família, tirando o dinheiro do próprio bolso.
“Eu gostei muito de sair de casa pra trabalhar. É só eu e meu marido. A família tá longe, os filhos", disse.
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Melhorias na estrutura
Ana Maria Bertholdi, Rita Bubach, Angélica Bubach e Sônia Basseto
TV Gazeta
Em junho de 2022, elas foram contempladas com a doação de vários equipamentos para otimizar o serviço da pequena fábrica: 01 amassadeira de massas, 01 batedeira planetária, 01 cilindro sovador, 01 balança eletrônica, 01 forno a gás e 01 armário para guardar pães. Elas fazem ainda biscoitos, pães caseiros, capeletes, entre outros.
Parece pouco, mas o reforço dos maquinários praticamente dobrou a produção. Angélica conta que se antes faziam 50 bolos por semana, atualmente são mais de 100.
Cavaco salgado, por exemplo, que eram entre 20 ou 30, também são mais de 100 comercializados a cada semana, assim como a mentira doce, cuja produção saltou de 60 para 100.
As entregas são feitas em supermercados, quilões e também para mulheres que comercializam em feiras. Os maridos ajudam a fazer as entregas, já que elas ainda não têm carro, principalmente para Alfredo Chaves e Marechal Floriano.
"Não dá nem pra acreditar. Às vezes, quando a gente sai com o carro cheio e um monte de produto aqui, não dá nem pra acreditar que a gente faz tudo isso. A gente ffaz com amor. Se você fizer uma coisa assim, de qualquer jeito, não vai dar certo. O pessoal que experimenta aqui é só elogio, graças a Deus", destacou Sônia.
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