Parlamentares acionaram o Tribunal de Contas e alegam que ex-secretário de Desestatização Salim Mattar teria vazado as informações. O Tribunal de Contas da União (TCU) vai pedir à Polícia Federal que investigue a denúncia de um suposto vazamento da minuta de edital de privatização da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas), uma estatal federal com entrepostos localizados no estado mineiro.O suposto vazamento teria sido feito por Salim Mattar, ex-secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados do Ministério da Economia, um grupo de empresários.O edital de privatização ainda não foi publicado, já que passará por ajustes, solicitados TCU.A denúncia foi apresentada ao tribunal por parlamentares, por meio de uma representação, após a CartaCapital informar, em 1º de setembro, o suposto vazamento. O tribunal, contudo, não tem competência para investigar o caso e, por isso, a solução foi encaminhar o processo para a Polícia Federal decidir se abre inquérito.A decisão foi tomada nesta quarta-feira (21), durante o processo que permitiu ao governo continuar com a privatização da CeasaMinas.O relator dos processos envolvendo a CeasaMinas é o ministro Benjamin Zymler, que acatou a sugestão do ministro Bruno Dantas de enviar a denúncia sobre o suposto vazamento para a PF.Dantas alertou que, caso comprovado o vazamento, os envolvidos podem responder a processo penal.Cabe à Polícia Federal decidir se vai abrir inquérito e conduzir as investigações.Mattar foi secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados do Ministério da Economia. Pediu demissão em agosto de 2020, porque não conseguiu levar adiante um amplo programa de privatizações. Fundador da locadora de veículos Localiza, é natural de Minas Gerais.Em nota, a assessoria de Mattar afirmou que, enquanto Secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, ele "nunca compareceu ao CeasaMinas e isso pode ser comprovado pelas agendas públicas disponibilizadas pelo Ministério da Economia. Ele ficou à frente da Secretaria entre janeiro de 2019 a agosto de 2020".A denúncia também foi encaminhada pelo TCU à Controladoria-Geral da União (CGU) e a à Comissão de Ética Pública da Presidência da República para adoção das providências que entenderem cabíveis