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Economia

Scarpa poderia ter rendimento de quase R$ 1 milhão ao ano com dinheiro perdido em esquema de criptomoedas


Rentabilidade corresponde a uma carteira conservadora, pensada por profissional de gestão de patrimônio e composta por ativos de investimento seguros em sua maioria. Gustavo Scarpa, do Palmeiras

Cesar Greco / Palmeiras

O meia Gustavo Scarpa poderia acumular rentabilidade de R$ 992 mil ao ano em uma carteira de investimentos conservadora se tivesse aplicado adequadamente os R$ 6,3 milhões investidos no esquema sugerido pelo atacante Willian Bigode, seu ex-colega de Palmeiras.

O cálculo foi feito a pedido do g1 ao sócio da Nord Research Renato Breia, que faz planejamento financeiro e gestão de patrimônio para clientes de alta renda.

O Fantástico deste domingo trouxe detalhes do golpe, em que Scarpa perdeu a quantia ao investir em um fundo de investimento em criptomoedas, após indicação de Bigode. A promessa era de rentabilidade assegurada de até 5% ao mês — ou cerca de 80% ao ano —, algo impossível no mercado financeiro tradicional.

A ideia era entender qual seria a renda gerada pelos mesmos R$ 6,3 milhões em aplicações conhecidas e seguras. A título de comparação, o rendimento de quase R$ 1 milhão seria equivalente a uma taxa de 1,18% ao mês, muito distante do prometido pelos golpistas.

Breia diz que, uma carteira conservadora, costuma gerar retorno médio de CDI + 1,5%. A taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) está, hoje, em 13,65% ao ano. A soma, portanto, daria o valor próximo a R$ 1 milhão em valor bruto nominal — isto é, sem a depreciação de inflação do período sobre o poder de compra.

Veja a composição sugerida:

Títulos pós-fixados (Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs pós etc.): 30%

Fundos multimercado: 22%

Crédito privado (CRIs, CRAs, Debêntures): 17%

Títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+, CDBs, LCIs e LCAs etc.): 15%

Títulos prefixados (Tesouro prefixado, CDBs, LCIs e LCAs etc.): 8%

Ações brasileiras: 5%

Ações internacionais: 3%

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Entenda o caso

O atacante Willian Bigode, ex-Palmeiras e atualmente no Fluminense, é sócio de uma empresa que fez a intermediação entre jogadores do clube paulista e uma companhia do Acre para fechar investimentos em criptomoedas.

Com promessas de lucros de até 5% ao mês, Gustavo Scarpa, ex-jogador do Palmeiras, hoje no futebol inglês, investiu mais de R$ 6 milhões no esquema em 2020.

Em agosto do ano passado, ao afirmar que queria fazer o resgate de parte do seu dinheiro, Scarpa começou a desconfiar de um golpe. Quando procurado por Scarpa para que tentasse interceder no seu caso, William disse que também tinha perdido dinheiro. "Metade do meu patrimônio, você tá doido. To aqui desesperado. Já não tem mais o que fazer."

Pouco depois, em novembro do mesmo ano, registrou um boletim de ocorrência com a acusação de estelionato. A empresa WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, que tem entre os sócios o atacante Willian Bigode, e a Xland não estão registradas em nenhum órgão regulatório do mercado financeiro brasileiro.

O g1 consultou os sistemas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e do Banco Central, e não encontrou autorização de atuação para nenhuma das duas.

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