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Economia

Juros bancários médios recuam pelo 3º mês seguido em agosto, para 43,5% ao ano

Queda do juro bancário no mês passado é reflexo do custo menor dos bancos na captação de recursos, após o Banco Central ter começado a reduzir a taxa básica da economia, a Selic.


Foto: Reprodução internet
Queda do juro bancário no mês passado é reflexo do custo menor dos bancos na captação de recursos, após o Banco Central ter começado a reduzir a taxa básica da economia, a Selic. A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas recuou de 43,8% para 43,5% ao ano de julho para agosto desse ano, informou o Banco Central nesta quarta-feira (27). É o menor patamar desde janeiro deste ano (43,3% ao ano).

Essa foi a terceira queda seguida do juro médio dos bancos.

O recuo do juro bancário no mês passado é reflexo do custo menor dos bancos na captação de recursos, após o Banco Central ter começado a reduzir a taxa básica da economia, a Selic, em agosto deste ano.

A taxa foi calculada com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A taxa média de juros cobrada nas operações com empresas recuou de 23% ao ano em julho para 22,6% ao ano em junho. Este é o menor nível desde maio de 2022 (21,8% ao ano).

Já nas operações com pessoas físicas, os juros caíram de 58,3% ao ano em julho para 57,5% ao ano em agosto. É o menor patamar desde janeiro deste ano (56,9% ao ano).

No cheque especial das pessoas físicas, a taxa ficou estável em 132% ao ano no mês de agosto, mesmo patamar de julho. Trata-se do menor nível desde janeiro deste ano (131,1% ao ano).

Cartão de crédito

Na contramão da queda das taxas, os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo avançaram de 441,3% ao ano, em julho, para 445,7% ao ano em agosto. É o maior nível desde maio deste ano.

O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento.

Mesmo com a queda em junho, o patamar da taxa rotativa de juros segue proibitivo, segundo analistas. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e deve ser evitada.

A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.

Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que vai negociar com as instituições financeiras uma redução da taxa de juros cobrada nas operações com o cartão de crédito rotativo.

Em agosto, O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que uma alternativa para reduzir a alta inadimplência do cartão de crédito seria extinguir a modalidade conhecida como rotativo.

Informou ainda que, em substituição ao rotativo, o BC avalia enviar o devedor diretamente para um parcelamento desse saldo – com juros de cerca de 9% ao mês, pouco acima da metade dos 15% atuais.

Crédito bancário

O volume total do crédito bancário no mercado, segundo o Banco Central, subiu 1,1% em agosto, para R$ 5,52 trilhões.

No mês passado, houve alta de 0,9% nos empréstimos para as empresas, para R$ 2,2 trilhões, e aumento de 1,3% nas operações de crédito para as pessoas físicas – para R$ 3,4 trilhões, acrescentou a instituição.

Para as pessoas físicas, o BC informou que contribuíram para o aumento, em doze meses agosto, as operações de crédito consignado para beneficiários do INSS (+2,3%), de financiamento para aquisição de veículos (+1,4%), de crédito consignado para trabalhadores do setor público (+0,9%) e de crédito pessoal não consignado (+1%).

Endividamento das famílias e inadimplência

Segundo o BC, o endividamento das famílias somou de 47,8% da renda acumulada nos 12 meses até julho desse ano, contra 48,2% que haviam sido registrados em junho.

A série histórica do BC para este indicador teve início em janeiro de 2005. Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%.

O governo federal lançou e,m julho o programa "Desenrola", para renegociar dívidas da população.

Em dez semanas, os bancos renegociaram R$ 14,3 bilhões em 2 milhões contratos de dívida.

Ao mesmo tempo, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito ficou estável em 3,6% em agosto deste ano. Este é o maior patamar desde agosto de 2017, quando somou 3,7%. A série do BC para este indicador começa em março de 2011.

Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência caiu de 4,2% em julho para 4,1% em agosto.

Já a inadimplência das empresas subiu de 2,6% em julho para 2,7% em agosto. Trata-se do maior patamar desde maio de 2018, quando estava em 3%.

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