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Economia

Câmara aprova prorrogação até 2038 cota para audiovisual brasileiro na TV paga

Proposta renova regra de exibição mínima de produções nacionais em canais pagos.


Foto: Reprodução internet
Proposta renova regra de exibição mínima de produções nacionais em canais pagos. Deputados devem discutir, em novembro, criação de reserva em plataformas de streaming. A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (26) um projeto que renova, até o fim de 2038, a reserva para produções audiovisuais brasileiras em canais de TV por assinatura.

O texto também estabelece que a Agência Nacional do Cinema (Ancine) será responsável por medidas de combate ao uso e reprodução de conteúdos pirateados.

A proposta já foi aprovada pelo Senado, mas sofreu mudanças e terá de voltar para análise dos senadores.

A medida estabelece regras para a exibição mínima de conteúdo nacional na TV paga. A obrigação é válida para canais nacionais e estrangeiros (entenda mais abaixo), e a fiscalização cabe à Ancine.

Criada em 2011, porém, a política deixou de valer em 12 de setembro. Para impedir a continuidade do "vácuo" jurídico e manter o estímulo ao setor, o texto aprovado pelo Congresso não altera regras já existentes.

"A prorrogação das cotas é crucial para manter a valorização e o incentivo à produção audiovisual brasileira. A indústria cinematográfica e videofonográfica do Brasil possui um potencial extraordinário, com talentos capazes de criar obras de grande relevância artística e cultural", afirmou o relator, deputado José Guimarães (PT-CE).

"Ao manter a obrigatoriedade de inclusão de obras nacionais na programação da TV paga, estamos assegurando um espaço para que essas produções sejam devidamente reconhecidas e apreciadas pelo público", acrescentou.

Regras

Em linhas gerais, a cota funciona da seguinte forma nos pacotes de TV paga:

a cada três canais estrangeiros, as operadoras de TV por assinatura deverão ofertar, ao menos, um nacional em todos os pacotes

ao atingir 12 canais nacionais, a inclusão passa a ser opcional

operadoras que ofertam pacotes com até 31 canais poderão cumprir a reserva com a veiculação de três canais nacionais

entre os canais brasileiros ofertados, no mínimo, um terço deverá ser programadora brasileira independente

O instrumento também estabelece que os canais estrangeiros devem:

exibir semanalmente, no mínimo, 3 horas e 30 minutos de produções nacionais em horário nobre (entre 18h e 0h)

ao menos, 1 hora e 15 minutos devem ser de produtoras brasileiras independentes

E os canais nacionais:

devem veicular, ao menos, 12 horas diárias de conteúdo audiovisual brasileiro produzido por produtora brasileira independente

3 horas do conteúdo de produtora independente devem ser veiculadas em horário nobre (entre 18h e 0h)

A regra prevê ainda que não são consideradas na conta as exibições de produções:

religiosas

políticas

esportivas

de concursos

publicitárias, televendas e infomerciais

de jogos eletrônicos

jornalísticas

e de programas de auditório

Também são desconsiderados na análise de cumprimento da reserva nos pacotes os canais:

de distribuição obrigatória, como os canais governamentais, comunitários e universitários

de TV aberta com concessões públicas

internacionais que não sofreram adaptações para o português

eróticos

ofertados na modalidade avulsa

Cinema e streaming

No início deste mês, os deputados aprovaram uma proposta que recria a reserva de exibição de filmes nacionais em salas de cinema — a chamada cota de tela. O texto, que está no Senado, prevê a manutenção da medida até 2033.

Criada em 2001, a regra deixou de valer em 2021. Anteriormente, o texto obrigava as salas de cinema a exibir filmes nacionais por um número de dias fixo, definido anualmente por decreto presidencial.

O projeto aprovado pela Câmara retira o mínimo de dias e determina que, em decreto, será estabelecido um piso de sessões e diversidade de títulos.

A Câmara também deve discutir, nos próximos dias, outra proposta defendida pelo setor audiovisual brasileiro: a criação de uma cota nos serviços de consumo por demanda, como o streaming.

Segundo o relator da proposta, deputado André Figueiredo (PDT-CE), a medida poderá ser discutida já na próxima semana.

O texto, apresentado em 2017 pelo ex-deputado Paulo Teixeira (PT-SP), prevê que a Ancine deve determinar a inclusão de um número mínimo de títulos brasileiros em plataformas de streaming.

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