Economia

Plano estratégico da Petrobras prevê investimentos de US$ 102 bilhões entre 2024 e 2028

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Por Portal NC

23/11/2023 às 22:18:29 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet
Valor representa uma alta de 31% em relação ao previsto no plano quinquenal anterior. Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio

Marcos Serra Lima/g1

A Petrobras prevê investir US$ 102 bilhões entre 2024 e 2028, uma alta de 31% em relação ao previsto no plano quinquenal anterior. Em anúncio nesta quinta-feira (23), a estatal também informou que projeta um aumento de mais de 13% na produção de petróleo em cinco anos.

Ao publicar seu primeiro Plano Estratégico sob o terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Petrobras afirmou que US$ 91 bilhões se referem a projetos em implantação, enquanto US$ 11 bilhões consideram projetos ainda em avaliação, sujeitos a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da contratação e execução.

No plano anterior (2023-2027), quando a empresa ainda estava focada em desinvestimentos, o total projetado para investimentos foi de US$ 78 bilhões.

"O aumento do Capex está associado principalmente a novos projetos, incluindo potenciais aquisições; a ativos que estavam em desinvestimentos e voltaram para a carteira de investimentos da companhia; e à inflação de custos, que impactou toda a cadeia de suprimentos", disse a petroleira, em fato relevante ao mercado.

A Petrobras destinará até US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos, ou 11% do investimento total da companhia, considerando os investimentos transversais nos diversos segmentos de negócio. A previsão para baixo carbono representa avanço ante o plano anterior de 2023-2027, que previa US$ 4,4 bilhões.

Ao longo do período de cinco anos, o maior investimento anual está previsto para 2025, de US$ 21 bilhões, alta de 13,5% versus 2024. Para 2026, estão previstos US$ 19,1 bilhões, mantendo um declínio em 2027 (US$ 17,1 bilhões) e 2028 (US$ 15,2 bilhões).

Do valor previsto, cerca de 72% serão aportados na área de exploração e produção (E&P), que mantém seu protagonismo ainda que a administração da companhia esteja buscando caminhos para a diversificação do seu portfólio, uma das importantes bandeiras levantadas pelo PT para a Petrobras desde as eleições.

A área de Refino, Transporte e Comercialização, por sua vez, representa 16% do novo orçamento total, enquanto Gás e Energia (G&E) e Baixo Carbono tem 9%, e o Corporativo, 3%.

A aprovação do plano pelo conselho de administração ocorreu nesta quinta-feira após o CEO da petroleira, Jean Paul Prates, ter sofrido pressões de Lula e de integrantes do governo por mudanças na reta final da elaboração do documento.

Segundo fontes ouvidas pela Reuters, Lula pediu ao CEO em reuniões para priorizar projetos com geração de emprego e renda, incluir mais encomendas para a indústria naval e antecipar prazos para a entrega de grandes projetos.

Sob as gestões anteriores do governo de Michel Temer e de Jair Bolsonaro, a Petrobras realizou desinvestimentos multibilionários, enquanto focava em exploração e produção de petróleo em campos de alta rentabilidade.

"O segmento de E&P mantém sua relevância para a companhia com o foco estratégico em ativos rentáveis e investimentos compatíveis com uma visão de longo prazo alinhada à transição energética", disse a empresa nesta quinta-feira.

"Ao mesmo tempo, a companhia mantém grandes projetos de revitalização em águas profundas (REVIT), além de projetos complementares, a fim de aumentar os fatores de recuperação em campos maduros."

Do montante para E&P, a petroleira prevê US$ 3,1 bilhões para exploração na Margem Equatorial, US$ 3,1 bilhões para a exploração nas Bacias do Sudeste e US$ 1,3 bilhão para outros países. Está incluída neste investimento ainda a perfuração de cerca de 50 poços em áreas onde a companhia possui direito de exploração em blocos adquiridos.

Produção

Com o plano de negócios, a Petrobras projeta elevar a produção de petróleo e gás para 3,2 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed) em 2028, alta de mais de 14% ante os 2,8 milhões boed projetados para 2024.

Considerando apenas petróleo, a produção aumentaria 13,6% em 2028, para 2,5 milhões de barris ao dia (bpd), contra 2,2 milhões bpd previstos para 2024.

A companhia ressaltou que as projeções de produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural para 2024 foram acrescidas em aproximadamente 100 mil bpd/boed, na comparação com o plano anterior, "considerando o bom desempenho dos campos, as previsões de ramp-ups e entrada de novos poços".

Nos anos de 2025 e 2026, a produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural encontram-se inferiores ao projetado no plano anterior em cerca de 100 mil bpd/boed.

"Esta diferença deve-se principalmente às condições atuais de mercado oriundas do contexto global, onde alguns sistemas de produção e projetos complementares de águas profundas tiveram seus cronogramas impactados", disse a companhia.

"Essas flutuações fazem parte da dinâmica da indústria, e estão dentro da faixa de incerteza divulgada no último plano", acrescentou.

A companhia tem uma margem 4% para mais ou para menos em suas estimativas de produção.

Na área de refino, o plano prevê aumento de capacidade de processamento nas refinarias em 225 mil bpd e da produção de diesel S-10 em mais de 290 mil bpd até 2029, suportado pela entrada de grandes projetos como o Trem 2 da RNEST, Revamps de unidades atuais e implantação de novas unidades de produção de diesel (HDT) na REVAP, REGAP, REPLAN, RNEST e GASLUB.

Em biorrefino, a companhia prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão.

Financiabilidade

Dentre as principais premissas para a financiabilidade do plano, a Petrobras considera um petróleo Brent a US$ 80 o barril em 2024, caindo nos anos seguintes para US$ 78 em 2025, US$ 75 em 2026, US$ 73 em 2027 e US$ 70 em 2028.

Já a cotação do dólar, para financiabilidade do plano, foi prevista em R$ 5,05 no ano que vem, ficando praticamente estável nos anos seguintes, com queda para R$ 4,98 em 2027 e R$ 4,90 em 2028.

A Petrobras reiterou o caixa de referência de US$ 8 bilhões, dívida bruta inferior a US$ 65 bilhões, com dívida financeira inferior à de leasings e dividendos conforme política vigente.
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