“A São Silvestre é uma realização”, disse hoje (31) Josi dos Santos, uma corredora amadora da cidade de Campo Alegre, em Santa Catarina. “No fim do ano tem que ser a São Silvestre”, disse ela, em entrevista à Agência Brasil.
“Sempre corríamos sozinhos. Só nós dois [ela e o marido]. Mas agora colocamos nossa filha para correr junto”, contou a atleta.
“A gente pensa que é uma corrida difícil. Mas, para ela [a filha] é uma corrida muito acolhedora. Todo mundo a inclui. Não somos invisíveis. Antes, a gente era invisível. Agora, com ela, a gente não é mais”, afirmou Josi.
O marido participa da prova desde 1994. “É muita emoção. Não tenho palavras para descrever [como é correr a São Silvestre]. É muito bacana. São mais de 30 mil atletas participando e eu estou aqui junto [deles]”, disse.
Acrescentou que a meta de correr a prova todos os anos não é vencer nenhum atleta africano. Os corredores da África são sempre favoritos. “O objetivo é terminar a prova e estar aqui”, disse Edernir.
A nutricionista Angela Timóteo, 46 anos, participa da São Silvestre há mais de cinco anos. E para marcar o momento, ela sempre decide correr fantasiada, com o marido Valter Barbosa, de 57 anos. Ele, de Chaves. Ela, de Chiquinha.
“No primeiro ano, eu não estava fantasiada. Mas daí decidimos vir de Chaves e de Chiquinha e vimos que o pessoal gostou. Todos ficaram felizes de ver a gente”, detalhou.
A emoção de completar uma prova como essa, disse Angela, só é possível de se sentir correndo. “É só correndo mesmo para você saber. É sensacional”, salientou. Para Angela, o ano só termina após participar da São Silvestre. “[Nosso objetivo em 2023] é correr novamente. A gente vira o ano já pensando na São Silvestre do próximo ano”, brincou ela.
Os pelegrinos do Caminho de Santiago, Assenção de Fátima Serrano Dias Santos, 59 anos, e Angelo Mansur Mendes, 60 anos, comprovam que correr a São Silvestre não tem idade.
Assenção participa da prova pela primeira vez. “Estou ansiosa. Faço caminhadas de longa distância. Mas um evento como esse é um tanto diferente. E a energia está sendo muito boa. Já encontrei amigos e estou feliz. Vou fazer 60 anos no ano que vem. E antes dos 60 eu queria uma [disputar uma] São Silvestre. Agora, quero a medalha para dividir com a família”, disse ela, que brinca afirmando que a prova é uma “corriminhada [mistura de corrida com caminhada] porque há vários percursos mais pesados, várias subidas” e parte do percurso é preciso fazer caminhando, e não correndo.
Angelo Mansur Mendes já correu uma São Silvestre antes. “Foi uma diversão. Não dá nem para correr direito porque é muita gente. Mas o povo é muito animado. A recepção do povo de São Paulo é fantástica, o pessoal que vem de fora também, a energia é muito gostosa. É muito bom estar aqui”, confessou.
Para ele, que já participa pela segunda vez, o trecho mais difícil da prova não é o final, a temida subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, mas o início.
“Para mim, o trecho mais difícil é o início. Você acha que não vai conseguir. Depois, você começa a perceber que relaxa. Na Brigadeiro, no ano passado, até me ofereceram um chopp na subida. Foi muito legal. A gente agora fecha o ano e acredito que o ano que vem será muito melhor”, finalizou Angelo.